Nas redes sociais, Zelensky disse que a ligação foi “longa e significativa”. Fontes do governo da Ucrânia afirmaram ao jornal Financial Times que a conversa durou cerca de uma hora.
Desde o início do conflito, o presidente ucraniano demonstrava interesse em conversar com a China, mas sinalizava aguardar um contato de Xi.
“Eu creio que esta ligação, assim como a indicação do embaixador ucraniano para a China, dará um ímpeto poderoso ao desenvolvimento das relações bilaterais”, escreveu Zelensky no Twitter , que já havia convidado o líder chinês a visitar Kiev.
A imprensa chinesa informou que os líderes discutiram “a crise na Ucrânia”, mantendo a postura de não se referir à situação como guerra e conflito. Xi teria dito que a China “está sempre do lado da paz” e mandará uma delegação à Ucrânia “e outros países a fim de manter uma comunicação profunda com todas as partes em busca de uma solução política”.
Analistas consideram que Pequim pode ser a peça-chave para negociar uma saída para a guerra, já que exerce grande influência sobre o Kremlin.
A ligação entre Xi Jinping e Zelensky também coincide com a passagem do chanceler russo, Sergei Lavrov, pelos EUA, onde sedia a sessão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) no início da semana.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.