Kissinger desempenhou um papel fundamental na formulação da política externa dos EUA durante um período crucial da Guerra Fria. Ele foi um dos principais arquitetos da política de distensão com a União Soviética e também foi importante para a normalização das relações entre os Estados Unidos e a China.
O ex-secretário também acumula polêmicas, como acusações de ter apoiado ditaduras na América Latina e impulsionado bombardeios na Ásia e no Oriente Médio.
“A América perdeu uma das vozes mais confiáveis e distintas nas relações exteriores. Há muito tempo admiro o homem que fugiu dos nazistas quando era um menino de uma família judia e depois lutou contra eles. Ele trabalhou nas administrações de dois presidentes e aconselhou muitos outros. Sou grato por esse serviço e conselho, mas sou muito grato por sua amizade. Laura e eu sentiremos falta de sua sabedoria, charme e humor”, afirmou o ex-presidente dos EUA, George W. Bush.
Kissinger foi Secretário de Estado dos Estados Unidos durante os mandatos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, entre 1973 e 1977.
“O nome de Henry Kissinger está intimamente ligado a uma linha pragmática de política externa, que, ao mesmo tempo tornou possível atingir a distensão nas tensões internacionais e alcançar os mais importantes acordos soviético-americanos que contribuíram para o fortalecimento da segurança global”, disse Vladimir Putin, presidente da Rússia, em telegrama enviado à esposa de Kissinger.
“Henry Kissinger moldou a política externa americana como poucos. O seu compromisso com a amizade transatlântica entre os EUA e a Alemanha foi significativo e ele sempre permaneceu próximo da sua pátria alemã. O mundo perdeu um grande diplomata”, afirmou Olaf Scholz, chanceler da Alemanha.
“A estratégia e a excelência na diplomacia de Henry Kissinger moldaram a política global ao longo do século 20. Sua influência e legado continuarão a repercutir no século 21”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
“O ex-secretário de Estado fez grandes contribuições para a paz e estabilidade regionais, incluindo a normalização das relações diplomáticas entre os EUA e a China. Eu mesmo tive o privilégio de conhecê-lo em muitas ocasiões desde que era jovem e adquiri muito conhecimento com ele. Gostaria de expressar meu mais profundo respeito por suas grandes conquistas”, declarou o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.
Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que Kissinger teve importância em diversas questões, mas também declarou que o ex-secretário tinha ações duvidosas e condenáveis, em relação ao Camboja e países da América Latina.
O presidente da China, Xi Jinping, enviou uma mensagem a Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, dizendo que Henry Kissinger era um “querido velho amigo do povo chinês”. Para o líder chinês, o ex-secretário deixou “visão estratégica, coragem política e sabedoria diplomática” e será lembrado por devoção às relações sino-americanas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.