Voo transatlântico com combustíveis sustentáveis decola de Londres

Nesta terça-feira (28), decolou pela primeira vez um voo transatlântico movido inteiramente por combustíveis sustentáveis. O avião Boeing-787, que está equipado com motores Rolls-Royce adaptados para combustível sustentável, é da companhia aérea britânica Virgin Atlantic. Entretanto, organizações ambientais chamam a iniciativa de “greenwashing” (lavagem verde, em tradução livre).

A aeronave decolou do aeroporto de Heathrow, em Londres, na manhã desta terça-feira. Ela deve pousar no aeroporto JFK, em Nova York, por volta dás 16h30, segundo o horário de Brasília.

Segundo a Virgin, esse é o primeiro voo “alimentado 100% com os chamados combustíveis sustentáveis em ambos os motores, por uma companhia aérea comercial, em uma rota de longo alcance”.

Vale ressaltar que não se trata de um voo comercial, ou seja, a viagem não continha passageiros que tenham pago por passagens ou taxas.

De acordo com o bilionário dona da companhia aérea, Richard Branson, ele está “muito orgulhoso de estar a bordo” da aeronave, junto a sua equipe que “trabalharam juntas para traçar o caminho para a descarbonização da aviação de longa distância”, diz o comunicado divulgado pela Virgin Atlantic.

O combustível utilizado no voo é produzido a partir de óleos usados e resíduos de madeira e algas. Geralmente, os combustíveis sustentáveis na aviação, conhecidos como SAF, podem ser misturados com o querosene, chegando a uma porcentagem de até 50% nas aeronaves atuais.

Essa tem sido a principal aposta para que haja a descarbonização no setor. Entretanto, a produção ainda é incipiente e muito cara.

Ainda que seja uma após tida como “verde” pelo setor, a associação ambiental Stay Grounded chama a inciativa como uma “lavagem verda” da imagem. “Não é por acaso que acontece dois dias antes do início da COP28 em Dubai”, disse a organização.

“Embora a atenção do mundo esteja focada em um voo, há 100 mil por dia que usam combustíveis fósseis. Os substitutos são apenas uma gota no oceano de hidrocarbonetos”, completou.

Fonte: Internacional