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Agronegócio

Volta de Trump nos EUA promete novo cenário de volatilidade para o agronegócio

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A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA gerou impactos imediatos e uma série de projeções para o mercado de commodities agrícolas, especialmente devido à sua abordagem protecionista e à política “America First”. Esse cenário cria incertezas para o agronegócio global e apresenta tanto desafios quanto oportunidades para países exportadores, como o Brasil.

Uma das primeiras reações ao retorno de Trump foi a queda nos preços das commodities, puxada pela alta do dólar. Esse fortalecimento torna produtos americanos mais caros no mercado internacional, dificultando a competitividade dos grãos dos EUA em relação a países como Brasil e Argentina. Commodities agrícolas, principalmente soja e milho, tendem a sofrer com essas oscilações, enquanto o trigo e outros produtos considerados menos expostos às novas tensões comerciais mostram estabilidade relativa.

A soja, em particular, é uma das commodities mais suscetíveis às políticas protecionistas de Trump, que na gestão anterior manteve um relacionamento instável com a China, maior importador do grão. Qualquer retomada de tarifas ou embargos comerciais pode levar a China a reduzir novamente suas compras dos EUA, intensificando a demanda por fornecedores alternativos. Esse movimento favorece países como o Brasil, que possui uma posição estratégica para atender à demanda chinesa, possibilitando um aumento de exportações em caso de restrições ao comércio americano.

No entanto, as políticas de Trump também incluem subsídios e incentivos aos agricultores americanos, prática que busca compensar as perdas dos produtores locais em decorrência das barreiras comerciais. Esses subsídios não apenas sustentam a produção agrícola dos EUA, mas também criam distorções de mercado, uma vez que os produtores americanos conseguem se manter competitivos com preços baixos. Para o agronegócio brasileiro, isso pode significar a necessidade de adaptar-se rapidamente às flutuações do mercado e à concorrência com um setor americano subsidiado.

Além disso, uma política externa mais agressiva em relação ao Irã, como a que Trump adotou anteriormente, pode elevar a tensão no Oriente Médio e afetar o mercado de petróleo. Caso as sanções ao Irã sejam reforçadas, o preço do petróleo poderá aumentar, impactando diretamente os custos de logística e produção agrícola. Esse possível aumento nos preços de transporte e insumos é um fator relevante para o setor, que pode ver suas margens de lucro reduzidas em função dos altos custos operacionais.

Outra questão geopolítica relevante é o conflito Rússia-Ucrânia. A disposição de Trump em buscar um acordo rápido, possivelmente com concessões, pode alterar o fornecimento de grãos no mercado global, dado o papel estratégico da Ucrânia como exportadora de trigo e milho. Qualquer mudança abrupta no fornecimento desses produtos cria novas dinâmicas no comércio internacional, influenciando os preços e a oferta de grãos, que podem ser ajustados de acordo com os interesses comerciais dos EUA.

Para o Brasil, essa conjuntura pode resultar tanto em uma ampliação das oportunidades de exportação quanto em uma pressão adicional para os preços internos de commodities. O retorno de Trump sinaliza a possibilidade de um cenário de volatilidade, onde o planejamento dos produtores brasileiros precisará considerar tanto as demandas globais quanto os movimentos imprevisíveis da política externa dos EUA. É um momento de incertezas que só o tempo vai nos dizer qual será o rumo da nova geoeconomia.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cooperativismo agrícola ganha destaque como motor de desenvolvimento sustentável e social

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O cooperativismo no Brasil e no mundo exerce um papel cada vez mais relevante, especialmente no contexto agrícola. De acordo com a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), o país conta com mais de 4.500 cooperativas, das quais 71,2% são voltadas à agricultura familiar, um setor essencial para a produção de alimentos.

No âmbito global, existem mais de três milhões de cooperativas com cerca de um bilhão de membros, representando 12% da população mundial. Esse movimento tem sido destacado como um fator chave para o desenvolvimento social e econômico, especialmente em eventos de grande relevância, como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP29), que termina amanhã (22.11) em Baku, Azerbaijão.

De acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro, existiam em 2023, um total de 4.693 cooperativas no Brasil:

1185 do Setor Agropecuário
235 do Setor de Consumo
728 do Setor de Crédito
284 do Setor de Infraestrutura
720 do Setor de Saúde
655 do Setor de Trabalho, Produção de Bens e Serviços
886 do Setor de Transporte

As cooperativas Agropecuárias possuem mais de 1 milhão de cooperados e representam uma força significativa na produção e comercialização de alimentos e matérias-primas.

O cooperativismo no setor agrícola vai além da produção de alimentos e da geração de lucro. Ele se transforma em uma ferramenta poderosa de desenvolvimento sustentável, proporcionando vantagens econômicas tanto para o agricultor quanto para o meio ambiente.

As 10 maiores e quanto faturaram segundo dados da Forbes Agro100 2023:

  • COAMO – R$ 26,07 bilhões
  • C. VALE – R$ 22,44 bilhões
  • LAR COOPERATIVA – R$ 21,07 bilhões
  • COMIGO – R$ 15,32 bilhões
  • COCAMAR – R$ 10,32 bilhões
  • COOXUPÉ – R$ 10,11 bilhões
  • COPERCITRUS – R$ 9,03 bilhões
  • COOPERALFA – R$ 8,41 bilhões
  • INTEGRADA COOPERATIVAS – R$ 8,32 bilhões
  • FRÍSIA Agroindustrial – R$ 7,06 bilhões

Matheus Kfouri Marinho, presidente do Conselho de Administração da Coopercitrus, destacou em seu discurso na COP29 que a adoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de tecnologias de precisão, gera economia para os produtores e, ao mesmo tempo, reduz o impacto ambiental. Essa visão inovadora evidencia o potencial do cooperativismo como um catalisador de práticas agrícolas mais responsáveis.

A importância do cooperativismo no Brasil é ainda mais evidente, considerando que ele representa mais de um milhão de produtores rurais. Como explicou Eduardo Queiroz, coordenador de Relações Governamentais do Sistema OCB, as cooperativas têm uma presença vital no cotidiano dos brasileiros, sendo responsáveis por metade dos alimentos consumidos no país, desde o café até a carne.

Além disso, as cooperativas facilitam a comunicação direta com o produtor rural, permitindo discussões sobre sustentabilidade e práticas agrícolas mais eficazes. Exemplos como o da Cooxupé, que oferece educação ambiental e muda para a preservação do meio ambiente, e o projeto Gerações, que busca promover melhorias nas propriedades rurais, reforçam o papel fundamental das cooperativas no desenvolvimento de uma agricultura mais sustentável e socialmente responsável.

Fonte: Pensar Agro

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