Ao final de uma entrevista concedida pelo partido A Liberdade Avança, a apenas quatro dias do segundo turno de uma das eleições presidenciais mais acirradas e polarizadas da história recente , a candidata a vice-presidente da Argentina na chapa de Javier Milei , Victoria Villarruel, criou uma enorme discussão e forte reação política ao afirmar que o país só sairá da crise econômica que enfrenta com “uma tirania”.
“Me surpreende que [Sergio] Massa esteja incendiando tudo e pretenda assumir o poder no dia 10 de dezembro. Então, que país você quer assumir? Um país devastado. E como você acha que poderá resolver isso se não for com uma tirania?”, disse Victoria Villarruel aos apresentadores de um programa televisivo do canal do grupo La Nación.
Embora não tenha impactado os apresentadores do programa, a palavra “tirania” saindo da boca de uma candidata a vice-presidente num país que enfrentou uma ditadura militar duríssima causou muito “rebuliço” nas redes sociais e meios de comunicação tradicionais do país vizinho.
O jornalista Jorge Rial, da Rádio 10, foi um dos primeiros a criticar a fala de Villarruel ao afirmar que a declaração dela agora deu “nomes aos bois” ao falar em “tirania”.
Outros políticos alinhados ao Peronismo, como o ministro de Transporte da província de Buenos Aires, Jorge D’Onofrio, chamou a afirmação de Villaruel de “barbaridade” alegando que é ela que realmente tem “um plano de governo”.
Um dos motivos é o crescimento, dentro e fora da Argentina, de uma campanha que associa uma eventual de Milei e Villaruel a um risco para o Estado Democrático de Direito na Argentina.
Vale destacar que além de se declarar um “anarcocapitalista”, Milei admira figuras como o ex-presidente estadunidense Donald Trump , e que os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS), Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), viajaram à Argentina com custos (mais de R$ 12 mil ) bancados pela Câmara – ou seja, dinheiro público – para apoiar a campanha de Milei na reta final do primeiro turno.
A reclamação sobre a fala da candidata a vice não se deu apenas no núcleo político do eleitorado de Sergio Massa. Até alguns antigos aliados de Milei, como o advogado Carlos Maslatón – apoio de suma importância para Milei desde 2021 – repudiou a fala de Villaruel.
Villarruel promueve una tiranía para la Argentina. Lo dice directo y acorde a mis advertencias. Si ganan las elecciones impondrán estado de sitio con presos políticos o activarán escuadrones de la muerte. pic.twitter.com/8CtN9CpmFH
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.