Em ofício , a legenda pontuou que as declarações do parlamentar foram carregadas de desrespeito à “dignidade humana” e à “igualdade”. Por conta disso, o partido pontuou que a relação com o político se tornou “inconciliável”.
“O discurso está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho, já que se refetem de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante”, informou o Patriota.
“Diante disso, o PATRIOTA NACIONAL vem comunicar Vossa Excelência, Exmo. Sr. Sandro Luiz Fantinel, vereador de Caixias do Sul/RS que fez uso desabonador da tribuna no exercício do mandato, quanto à sua expulsão das fileira fo partido na data de hoje”, pontuou o partido.
Durante seu discurso, o parlamentar aconselhou os produtores da região a contratar mão de obra de argentinos ao invés de contratar trabalhadores da Bahia. Segundo ele, as pessoas do país vizinho “são limpos” , enquanto os baianos só sabem “viver na praia tocando tambor” .
Nos últimos dias, trabalhadores que estavam em situação análoga a escravidão foram resgatados uma operação da Polícia Rodoviária Federal em conjunto com o MTE e a Polícia Federal na cidade de Bento Gonçalves.
Os profissionais – explorados em grandes vinícolas da região – eram ameaçados e até agredidos com choques e spray de pimenta pelos patrões. Segundo a polícia, dos 207 homens resgatados, 198 eram baianos com idades entre 18 e 57 anos.
Apesar das provas, o vereador acusou a mídia dar uma “exagerada” na denúncia e que a exposição do caso tem “motivos políticos” para prejudicar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no qual Fantinel é apoiador. “Como é de costume, o empresário é tratado como vilão”, lamentou.
“Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer limpeza todos os dias para os bonitos? Temos que botar em hotel 5 estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?”, indagou ele.
“Agricultores, produtores vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima”, acrescentou, referindo-se aos baianos, que eram maioria no alojamento. O vereador ainda prometeu criar “uma linha” para contratar argentinos para o trabalho de colheita de uvas.
Lamentável o vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul. Diz que criará grupo para vinícolas acusadas de trabalho escravo contratarem argentinos e não ‘baianos’ que só sabem “viver na praia tocando tambor”. Claro, só podia ser bolsonarista. pic.twitter.com/ipE8OU7UDS
“Todos os empresários que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantém a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema”, falou Sandro em tom preconceituoso.
“Deixem de lado. Que isso sirva de lição, deixem de lado aquele povo, que é acostumado com carnaval e festa, para vocês não se incomodarem novamente”, concluiu.