Principal aposta da oposição de Maduro para derrubar o chavismo após 25 anos de poder na Venezuela , o diplomata Edmundo Gonzáles Urrutia está otimista em relação ao resultado das eleições no país, que acontecem em 28 de julho.
Em entrevista à BBC News Mundo, quando perguntado sobre a lisura do processo eleitoral venezuelano, Urrutia disse que, apesar das ressalvas, está otimista com a vitória.
“As eleições na Venezuela não são justas, nem limpas, nem equitativas. O governo utiliza todos os meios oficiais para fazer proselitismo e grandes cadeias de televisão do candidato oficial. Nós não temos essa mesma oportunidade e isso, por si só, já demonstra o desequilíbrio”, afirmou o diplomata.
“Iremos ganhar do chavismo com uma força majoritária que será expressa nas urnas e o respaldo de milhões de venezuelanos que estão comprometidos com a mudança da Venezuela”, disse.
O candidato citou seu desempenho nas pesquisas, que apontam um cenário positivo para a sua vitória – a maioria delas indica 50% das intenções de voto para Urrutia, enquanto Maduro tem 23%.
Entenda
Urrutia foi o nome escolhido pela Plataforma Unitária Democrática (PUD) após duas candidatas – Maria Corina Machado e Corina Yoris – serem impedidas de disputarem a presidência.
Com uma extensa carreira na diplomacia venezuelana, ele se notabilizou como embaixador do país na Argélia, entre 1991 e 1993, e na Argentina, entre 1998 e 2002, durante os governos de Rafael Caldera (1994-1999) e nos primeiros anos de Hugo Chávez (1999-2013).
Na entrevista, o diplomata disse que se sentiu honrado quando a PUD sugeriu que ele fosse o seu candidato. Ele passou a tratar a disputa como “compromisso pessoal com os venezuelanos”, focado em destituir o chavismo no país e levar a mudança que muitos habitantes aguardam.
“É uma situação inesperada. Eu nunca pensei que iria estar nesta posição. Mas, quando me procuraram, tomei [a candidatura] como um compromisso pessoal com a Venezuela, com o sistema de governo e com a democracia. Por isso, aceitei e estou dando o melhor de mim para levar isso adiante”, disse.
Segundo Urrutia, o discurso adotado na sua campanha não é de polarização política, mas de união.
“O discurso que mantivemos ao longo destes dias de campanha foi o de um chamado ao reencontro dos venezuelanos, um chamado à unidade nacional, um chamado no qual o adversário é um adversário político e não um inimigo”, afirmou.
Revoga dos observadores
Ele também falou sobre o fato do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter revogado o convite feito à União Europeia (UE) para enviar observadores para a eleição. Urrutia classificou a revoga como “mau sinal do Executivo frente à comunidade internacional”.
“Os observadores internacionais sempre dão garantias aos governos. E um governo que impede a presença de observadores internacionais fornece um mau sinal, como se quisesse ocultar alguma coisa. Queremos que o processo seja transparente e que as eleições presidenciais possam ser acompanhadas pela maior parte dos observadores do planeta”, disse.
Pobreza é uma das prioridades
Perguntado sobre os primeiros passos caso ganhe a presidência, Urrutia disse que são muitas prioridades. Uma delas está relacionada à pobreza, que, segundo ele, terá um “plano econômico” para ser solucionada.
“Os últimos números das Nações Unidas indicam que temos 82% da população vivendo na pobreza. Isso representa um grande desafio para o novo governo. Vamos nos esforçar em um plano econômico que procure recursos internacionais, que gere confiança e atraia investimentos estrangeiros para podermos superar as dificuldades”, disse.
Entretanto, Urrutia salientou que o principal objetivo do momento é ganhar as eleições.
“Nosso maior objetivo é convencer os que ainda duvidam que a eleição presidencial de 28 de julho pode nos ajudar a recuperar a institucionalidade democrática e transformar a Venezuela”, disse o candidato.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.