As pernas ficam fracas, o corpo todo treme, gotas de suor escorrem pelo rosto, o frio na barriga parece incontrolável. Quem nunca sentiu esses sintomas quando estava prestes a fazer uma grande apresentação, palestra ou discurso?
É muito comum ter medo de falar em público, mas com uma boa prática e conhecendo muito bem o assunto, esse medo pode ir embora rapidinho. Um friozinho na barriga pode até surgir na hora, mas nada que atrapalhe sua concentração e desempenho.
Planeje a sua apresentação
A principal causa do medo e desconforto na hora de falar em público é não saber organizar o pensamento ou estruturar as ideias. Por isso, planejar, elaborar um roteiro e treinar são boas formas para se sentir mais seguro quando for se apresentar .
“Roteiros sempre são muito importantes. Dependendo do tamanho da sua fala, ele pode ser simplesmente uma lista com tópicos importantes na sequência que você decidiu para a palestra”, afirma Fernando Duarte, coach organizacional e diretor-executivo da Hightouch, Interação e Aprendizagem.
Faça lembretes
Se você quiser ter mais informações em mãos, não apenas um roteiro, Fernando Duarte sugere que prepare cartões do tamanho de meia página A4 e coloque em cada um deles as informações de um momento importante da sua apresentação.
“É fundamental enumerar os cartões na sequência, pois é muito comum misturar os cartões durante a revisão final do conteúdo, antes da palestra”, alerta o diretor-executivo.
Cuidado com a linguagem e o conteúdo
Enquanto você estiver preparando sua palestra, é muito importante saber bem quem será seu público, assim você pode adaptar a linguagem e o conteúdo conforme as características dele. Por exemplo, se for fazer uma apresentação para especialistas que já têm um conhecimento sobre o assunto, você deve buscar outras informações que causem maior interesse.
A linguagem também pode ser diferente conforme o público. “Hoje em dia, cada vez mais, o tom informal tem ganhado espaço em quase todos os eventos empresariais /profissionais, com exceção dos compromissos acadêmicos, médicos ou jurídicos. Em eventos com público com esse perfil, o tom formal ainda é praticamente o único adequado”, aconselha Fernando Duarte.
Discurso racional e emotivo
“Entender o que seu público espera é fundamental, inclusive, para surpreendê-lo. Os melhores discursos usam argumentos, mas em nenhum momento excluem a emoção. Administrar a balança entre um discurso racional e emotivo cabe em qualquer público”, afirma Augusto Uchôa, professor de oratória criativa e softskills e palestrante internacional.
Fernando Duarte acrescenta que adequar o discurso ao público é fundamental para criar empatia e ganhar a atenção dele. Ele também lista algumas formas para conseguir um melhor resultado:
Palavras adequadas ao público;
Personagens adequados como referência/metáforas didáticas para sua mensagem;
Descontração adequada: algumas boas piadas caem bem em determinados círculos;
Postura é fundamental: cumprimentos protocolares iniciais podem ser mais simples ou solenes;
Tempo, ritmo e dinâmica da apresentação: varia muito com o tipo de público.
Cuidado com os gestos
Na hora da palestra, muitas vezes acabamos nos sentindo inseguros em relação aos gestos, nos mexemos demais ou ficamos muito parados, entediando a plateia. De acordo com Augusto Uchôa, não existe uma receita de bolo, mas entender que o gestual responderá sempre por mais comunicação /informação que qualquer palavra dita é o primeiro passo para o aprendizado da boa oratória.
“Não existe um formato único em relação ao uso da corporalidade nos discursos, depende especialmente de estilo”, reforça Fernando Duarte. Ele explica que o uso do movimento corporal serve para reforçar a mensagem e para dar dinâmica para o discurso ou palestra.
Sintonize gestos e fala
Ainda de acordo com Fernando Duarte, os gestos e movimentos têm que estar em sintonia com sua fala. “Imagine que um orador ao final de uma piada ao invés de estar rindo esteja triste… Será que as pessoas vão rir ou chorar da piada? Ou seja, se você está falando algo sério que exige compenetração da plateia, você não pode estar correndo de um lado ao outro do palco nesse momento, correto?”, exemplifica.
O profissional acrescenta que um “bom orador sintoniza os gestos das mãos, movimentação no palco e expressão facial com cada momento de sua fala, eles são complementos para exposição adequada da mensagem”.
Preparando o discurso
As principais recomendações do especialista Augusto Uchôa na hora de preparar o discurso é ser claro, objetivo e conciso . Fernando Duarte lista outras dicas:
Para organizar um discurso você deve saber qual seu objetivo com ele.
Depois precisa definir a introdução, desenvolvimento e conclusão.
Após isso, deve roteirizar a atividade em tópicos principais.
O próximo passo é fazer os cartões de apoio: colocar tópicos principais com os recursos que serão utilizados para reforçar, ou explicar melhor aquele ponto da palestra.
Criar a apresentação em PowerPoint também pode ser uma saída.
Errei, o que eu faço?
Tudo depende do erro e do público. Cada situação exige um tipo de saída. “Caso você esteja falando para especialistas e sua falha for a respeito de algo técnico e de conhecimento geral da plateia, assuma imediatamente que se equivocou e corrija a informação no ato”, enfatiza Fernando Duarte.
Erros são comuns, todos erram e assumir a “pisada na bola” e corrigir imediatamente é a única forma de não afetar a credibilidade. “Se você for do tipo de pessoa engraçada, cabe fazer, inclusive, uma brincadeira a respeito do erro, e isso acabará por descontrair a plateia”, sugere.
Erro leve
Segundo Duarte, se o erro for algo simples , relacionado ao seu planejamento, como a ordem da palestra ou uma informação que você gostaria de ter falado antes e se esqueceu, por exemplo, não é necessário corrigir ou revelar, mas apenas citar a parte ‘esquecida’ quando se lembrar ou na hora das perguntas e respostas. “Se for importante, alguém perguntará algo relacionado e você poderá colocar, nesse momento, essa informação”, aconselha.
Um bom planejamento da apresentação é capaz de reduzir muito a sensação de medo e preocupação. Claro que é comum cometer alguns deslizes, mas o importante é agir naturalmente e não se desconcentrar. Quanto mais apresentações você fizer, mais seguro ficará em cada uma delas. A prática é a melhor forma de treinar.
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Expansão
Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.
Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.
Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.
Fontes de recursos
No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.