Isso acontece porque a rentabilidade de investimentos como CDBs e títulos públicos do Tesouro Direto é estimada com base nos juros futuros do prazo da aplicação. “As instituições se antecipam às decisões futuras sobre juros e embutem isso nos retornos dos produtos. Por isso, mesmo com a decisão de manter o atual nível de Selic, as taxas futuras seguem caindo, se ajustando a possíveis movimentos no longo prazo”, afirma a planejadora financeira do C6 Bank Larissa Frias. ;
De acordo com projeção da equipe econômica do C6 Bank, a Selic ficará em 13,75% até o final deste ano. Para 2024, a previsão é de que a taxa termine o ano em 12%. ; ;
Segundo Larissa, não é apenas a Selic do momento que interessa na hora de estimar a rentabilidade dos títulos de renda fixa. No caso dos investimentos pós-fixados, por exemplo, o que importa é a expectativa de CDI médio do período investido.
Dessa forma, se a expectativa é de que a Selic caia, o futuro de DI do período vai acompanhar essa queda. Já se a projeção é de alta, a taxa do contrato futuro de DI também vai subir. Para efeito de comparação, no Copom anterior, em janeiro, o futuro de DI de 1 ano projetava 13,55% ao ano, e agora projeta 12,75% ao ano.
Na hora de comparar a remuneração dos investimentos, é bom colocar no papel que a maioria dos produtos de renda fixa, como CDBs, pagam Imposto de Renda. Nesse caso, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor será a tributação que incide sobre o rendimento – a alíquota de IR varia de 22,5% (até 180 dias) a 15% (mais de 720 dias).
Mesmo descontando o IR, a rentabilidade dos CDBs supera com folga a da poupança, principalmente quando a Selic fica acima de 8,5% ao ano, como agora. Quando isso acontece, o rendimento líquido da poupança passa a ser de apenas 0,5% ao mês + Taxa Referencial, enquanto o dos CDBs tende a acompanhar a alta dos juros. ;
Confira abaixo a rentabilidade líquida de vários produtos de renda fixa calculada pelo educador financeiro do C6 Bank, considerando um cenário em que o dinheiro ficará aplicado por 1 ano:
Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.
As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.
Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Expansão
Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.
Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.
Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.
Fontes de recursos
No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.