O refluxo gastroesofágico é um processo fisiológico normal em bebês, crianças e adultos saudáveis. É muito comum no primeiro ano de vida, principalmente no primeiro semestre. Um bebê de 3 meses, pesando 6,5 kg e que supostamente já não mama ao seio (o que é altamente desaconselhável), costuma ingerir em média 150 ml de leite em cada mamada.
Se ele tem 6 refeições por dia, terá ingerido ao final do dia 900 ml de leite . Projetando essa conta para um adulto de 65 kg, ele terá, ao final das 24 horas, ingerido 9 litros de leite! E o bebê citado fica 90% de seu tempo deitado. Tem que apresentar refluxo, não?
Casos mais leves
Embora preocupante para os pais, o refluxo gastroesofágico tem, na maioria dos casos, uma evolução satisfatória, sem comprometer o estado de saúde da criança . Somente cerca de 2% delas vão precisar de investigação mais profunda.
Doença do refluxo gastroesofágico
Já a doença do refluxo gastroesofágico refere-se à passagem de conteúdo gástrico para o esôfago, devido a anormalidade anatômica ou funcional da cárdia (válvula no limite do esôfago com o estômago). Nesse caso, o bebê apresenta sintomas específicos, como vômitos e regurgitações após os 6 meses de vida, falha no ganho de peso e asma.
Consequência da doença
A consequência mais imediata da doença é a asma, com crises fortes de falta de ar pela presença de restos alimentares ou do suco gástrico nas vias respiratórias. Assim, se o bebê apresentar quadro de apneia, broncoespasmo ou pneumonias de repetição, deve-se pesquisar o diagnóstico da doença.
Sintomas do refluxo gastroesofágico
De acordo com cada faixa etária, as manifestações clínicas da doença do refluxo gastroesofágico são:
Bebês: comuns e usualmente não patológicas, surgindo para 50 a 70% deles, com pico de incidência mais ou menos aos 4 meses. O quadro melhora a partir dos 6 meses , tendendo a desaparecer em torno de 1 ano.
Pré-escolares: costumam apresentar regurgitação intermitente, raramente com chiado no peito.
Escolares e adolescentes: apresentam sintomas semelhantes aos do adulto, como queimação retroesternal (região do coração) e/ou regurgitações.
Como evitar o refluxo
A forma de se evitar o refluxo em um bebê com tal tendência é dar-lhe alimentos mais espessos, em pequenas quantidades, com maior frequência; deixá-lo em posição vertical o máximo possível, além de elevar a cabeceira do berço.
Hoje temos alguns leites especiais para portadores de RGE, que são enriquecidos com espessantes, usando-se principalmente os amidos. Há também medicamentos que ajudam a acelerar o esvaziamento gástrico, além dos protetores de mucosa. Tanto o leite quanto esses medicamentos devem ser prescritos por um pediatra ou gastroenterologista pediátrico.
Por Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros
Autor do livro Seu bebê em perguntas e respostas – do nascimento aos 12 meses, é médico formado em 1974 pela Faculdade de Medicina do ABC. Especializou-se em pediatria na Unifesp/EPM, obtendo em seguida título pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Atuou por quase 30 anos no Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo, cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, à MBA Pediatria e à literatura médica para leigos.
A febre amarela é causada pelo vírus transmitido pela picada de um mosquito silvestre. Foto: Arquivo
Por g1 Campinas e Região
O estado de São Paulo confirmou a primeira morte por febre amarela em 2024. A vítima era um homem de 50 anos que morava no bairro Jaboticabal, em Águas de Lindóia (SP), e se deslocava pela região de Monte Sião (MG).
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o paciente manifestou os primeiros sintomas no dia 23 de março e morreu seis dias depois no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), onde permaneceu internado.
A hipótese de dengue ou outras arboviroses urbanas foi descartada, assim como as possibilidades de febre maculosa e hantavirose. A suspeita de febre amarela foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz no dia 13 de abril.
Ainda segundo a Prefeitura, o paciente trabalhava no Sul de Minas e trabalhava na cidade mineira, por isso, a suspeita é de que o caso tenha sido importado. A pasta destacou que a cidade não tem nenhum outro caso identificado até então.
Com a confirmação, a Secretaria de Estado da Saúde informou que vai intensificar as ações de vigilância em saúde e vacinação na região de Águas de Lindóia, “reforçando a importância da vacinação e conscientização sobre a imunização de rotina, não apenas em momento epidêmico ou pandêmico para evitar casos mais graves”.
A vacina contra Febre Amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do estado. Até o último dia 22 de abril, em todo o território estadual, a cobertura vacinal contra Febre Amarela é de 68,47%.
Para Regiane de Paula, coordenadora da Vigilância em Saúde, a vacina é imprescindível para quem irá viajar para o interior e outros estados. “A vacina da Febre Amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, quem for viajar para zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”.
O que é a febre amarela
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos infectados. Ela possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano.
Em área rural ou de floresta, os macacos são os principais hospedeiros e a transmissão ocorre pela picada dos mosquitos transmissores infectados Haemagogus e Sabethes. Nas cidades, a doença pode ser transmitida principalmente por mosquitos da espécie Aedes aegypti.
Os sintomas iniciais da febre amarela são:
febre
calafrios
dor de cabeça intensa
dores nas costas
dores no corpo em geral
náuseas e vômitos
fadiga e fraqueza
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver sintomas como:
febre alta
icterícia
hemorragia
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata.
Tratamento
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização deve permanecer em repouso. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
Vacinação
A vacina é a principal ferramenta de prevenção da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o imunizante para toda população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Ela é administrada via subcutânea, está disponível durante todo o ano nas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos que são vacinados pela primeira vez. A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina em todos municípios do país.
No entanto, o imunizante é contraindicado para os seguintes grupos:
Crianças menores de 9 meses de idade;
Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;
Pessoas com alergia grave ao ovo;
Pessoas que vivem com HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350;
Pessoas em de tratamento com quimioterapia/radioterapia;
Pessoas portadoras de doenças autoimunes;
Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a defesa do corpo).