O Níger está desde o dia 26 de julho sob poder das forças militares do país, que invadiram a residência do presidente Mohamed Bazoum e tomaram o poder do país. Para retomar a ordem no país, a Comissão da União Africana, instituição que reúne mais de 50 países do continente, declarou na sexta-feira que apoiará medidas que façam o presidente deposto retornar ao poder.
Em comunicado oficial, Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana, afirmou “forte apoio” às decisões adotadas pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) contra as “mudanças anticostitucionais” adotadas no Níger.
“O Presidente apela às autoridades militares para que detenham urgentemente a escalada das relações com a organização regional Cedeao, incluindo a cessação do sequestro contínuo do Presidente Bazoum em condições preocupantemente precárias”.
Na quinta-feira, por meio de um memorando da Cedeao, os líderes da África Ocidental solicitaram que a força militar regional entre em ação para tentar restabelecer a ordem no Níger. Entretanto, os líderes seguem tentando negociar com Abdourahamane Tiane, atual líder do país, e buscarão “restaurar a ordem constitucional” de forma pacífica.
Apesar do novo governo do Níger receber apoio de Mali e Burkina Faso, também comandados por militares golpistas, o recente apoio da União Europeia à Cedeao, pode garantir força à organização para mediar o conflito.
Os crescentes golpes militares em países africanos possuem relação com a Rússia, que apoia esses grupos golpistas com auxílio dos mercenários do Grupo Wagner , conhecidos pela atuação na Guerra da Ucrânia .
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.