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MATO GROSSO

Unemat inicia primeira turma de graduação em Educação Escolar Quilombola

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A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) iniciou a primeira turma de graduação em Educação Escolar Quilombola. O curso, ofertado na modalidade Turma Única, objetiva formar professores com domínio de conhecimentos específicos a partir do que foi estabelecido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pela resolução que criou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola.

A oferta se dá por meio do Programa Nacional de Fomento à Equidade na Formação de Professores da Educação Básica (Parfor Equidade), sendo o primeiro edital do Brasil, assim como a licenciatura quilombola na Unemat. As aulas serão realizadas na comunidade quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento.

Os alunos selecionados são, principalmente, membros quilombolas de Mato Grosso e professores da rede pública da educação básica e das redes de formação por alternância que já atuavam na área do curso. Nos próximos oito semestres, eles cursarão 3.300 horas aula ofertadas por meio de módulos presenciais, num período de oito semestres.

Os professores da graduação em Educação Escolar Quilombola passaram por formação pedagógica ofertada pela coordenação do curso e pela Coordenação Institucional do Parfor Equidade e da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg/Unemat).

A comunidade quilombola de Mata Cavalo abriga aproximadamente 500 famílias de um grupo remanescente de escravos em Mato Grosso. A comunidade se destaca pela luta pela conservação de suas tradições e de suas terras.

A aula inaugural foi realizada nesta terça-feira (08.10), na Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição de Arruda, na comunidade Mata Cavalo. A cerimônia contou com a presença de lideranças quilombolas, autoridades acadêmicas e políticas, tanto municipais quanto estaduais, apresentações culturais dos grupos Siriri – Ipê do Cerrado e Dança Afro: Herança de Tereza, e a palestra Erguer a voz: a luta e a construção de uma narrativa antirracista no contexto escolar acadêmico, ministrada pela egressa da Unemat e mestre em Ensino de História, Cristiane Soares.

A Parfor Equidade é uma ação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação do Governo Federal, com o objetivo de formar professores em licenciaturas específicas para atendimento das redes públicas e comunitárias que têm educação escolar indígena, quilombola, do campo, especial inclusiva e bilíngue de surdos.

Fonte: Governo MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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