A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNWRA) disse neste sábado (16), em publicação nas redes sociais, que uma em cada três crianças com menos de dois anos no norte da Faixa de Gaza sofre de grave desnutrição, e a fome na região é iminente.
“A subnutrição infantil está se espalhando rapidamente e está prestes a atingir níveis sem precedentes em Gaza”, afirmou a UNWRA.
Desde o ataque que desencadeou o conflito entre Hamas e Israel no norte de Gaza, a crise humanitária na região atingiu proporções alarmantes. De acordo com dados do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha), mais de 500 mil pessoas já enfrentam fome ou situações de catástrofe humanitária, enquanto praticamente toda a população de 2,4 milhões de habitantes enfrenta escassez severa de alimentos.
O Ministério da Saúde de Gaza relatou mais de 20 mortes por inanição, com pelo menos metade delas sendo menores de idade. Além disso, há relatos de crianças que morreram de desnutrição e desidratação.
A expectativa é de que o órgão de vigilância internacional da insegurança alimentar, o IPC, apresente em breve um balanço sobre a crise humanitária e alimentar no território, depois de ter afirmado em dezembro que existia um risco de fome no período de projeção até maio.
A condição para que o IPC declare situação de fome é de que pelo menos 20% da população esteja sofrendo de escassez alimentar extrema, com uma em cada três crianças desnutridas e duas pessoas em cada 10 mil morrendo por dia de fome ou desnutrição e doença.
Os países ocidentais têm feito apelos a Israel para flexibilize e facilite a entrada de ajuda humanitária no norte de Gaza, com a ONU dizendo que enfrenta “obstáculos pesados”, incluindo o fechamento de passagens, verificações onerosas, restrições à circulação e agitação na região.
Em resposta, Israel afirma que não impõe limites à ajuda humanitária e culpa as agências da ONU pela lentidão na prestação de ajuda.
Ajuda por via aérea e marítima não substitui o transporte terrestre, diz porta-voz da ONU
Mesmo com a inauguração da rota marítima e a recente implementação da rota aérea, os grupos de ajuda internacional alertam que as entregas terrestres ainda devem ocorrer adequadamente em Gaza. Os grupos argumentam que a medida é ineficaz e desvia a atenção de outras prioridades, como pressionar Israel a definir um cessar-fogo, por exemplo.
“É mais fácil, mais rápido e mais barato, especialmente se soubermos que precisamos sustentar a assistência humanitária para os habitantes de Gaza por um longo período de tempo” afirmou a coordenadora de ajuda da ONU para o território palestino, Sigrid Kaag, em reunião do Conselho de Segurança na quinta passada (7). “O ar ou o mar não substituem o que precisamos ver chegar por terra”, afirmou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.