Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 mostram que um em cada cinco alunos brasileiros estuda em escolas que enfrentam falta de professores. De acordo com a pesquisa, de forma global, as instituições que registraram déficit de docentes tiveram desempenho menor em matemática.
Conforme os dados obtidos a partir de questionários aplicados aos diretores das escolas que fizeram a prova do Pisa, 22,3% dos alunos brasileiros estudam em unidades em que a falta de professores prejudicou as atividades acadêmicas de alguma forma.
A pesquisa ainda aponta que 11,7% dos alunos foram prejudicados por ter aulas com professores sem formação nas aulas que lecionam. Em 2018, essas situações afetavam 17,6% e 11,3% dos estudantes brasileiros, respectivamente.
Para realizar o levantamento, o Pisa 2022 avaliou 690 mil estudantes de 15 anos, em 81 países e regiões do mundo. No Brasil, 10.798 alunos de 599 escolas realizaram a prova.
O relatório também alertou para o aumento do déficit de professores em todo o mundo.
O documento afirma que os resultados do programa mostram que, entre 2018 e 2022, “mais da metade dos sistemas educacionais tiveram aumento de alunos prejudicados por falta de professores ou por terem tido aula com docentes sem formação adequada”.
“Os dados mostram que a maioria dos sistemas foram mais afetados com a falta de profissionais do que com escassez de materiais”, afirma o programa.
Menores resultados em matemática
As escolas que tiveram falta de professores também apresentaram resultados menores em matemática. O desempenho dos alunos na matéria foi o que teve a maior queda entre 2018 e 2022, de forma global.
Historicamente, a maior dificuldade do Brasil entre as áreas de conhecimento é a matemática. As notas mais baixas do país nas últimas duas décadas foram na matéria.
Neste último Pisa, a média brasileira em matemática foi de 379 pontos, em comparação com 384 no de 2018.
Neste mês de setembro , o Dia Mundial do Daltonismo tem o objetivo de esclarecer alguns pontos envolvendo o distúrbio da visão, como os sinais para identificá-lo ainda na infância. De acordo com a oftalmologista Mayra Melo, o diagnóstico é crucial para garantir o suporte adequado no desenvolvimento escolar e social.
O daltonismo é conhecido como discromatopsia, sendo portanto, alteração na percepção das cores que afeta cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo.
“Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta Mayra.
É comum também que os pais notem uma certa preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras.
“Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores, o que pode ser erroneamente interpretado como falta de atenção ou interesse”, alerta a especialista.
O diagnóstico é feito por um oftalmologista, utilizando testes específicos como o de Ishihara, que avalia a percepção das cores. Apesar de não haver cura para a condição, o diagnóstico precoce permite que a criança seja orientada e adaptada para lidar melhor.
“O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma.