Joe Biden anunciou a desistência da sua candidatura à presidência dos Estados Unidos neste domingo (21). Entre os motivos que cercearam a campanha do democrata, está a preocupação dos eleitores acerca de sua saúde e da sua capacidade de governar o país, que era cada vez mais questionada à medida que ele cometia certas gafes.
No entanto, a idade do presidente não é uma preocupação nova. Ainda na sua primeira campanha, quando tinha 77 anos, Biden já era alvo de questionamentos sobre sua aptidão para o cargo. No entanto, ele conseguiu convencer o eleitorado e tomou posse em 20 de janeiro de 2023.
A saúde do presidente passou a ser assunto constante entre apoiadores e opositores. Dois meses após a posse, durante uma viagem à Geórgia, ele tropeçou nos degraus de uma embarcação antes de se virar para se despedir do público.
Em 2022, ele sofreu uma queda de bicicleta e, no mesmo ano, pegou Covid-19 pela segunda vez.
No entanto, a preocupação do eleitorado se intensificou nos últimos dois anos, após Biden sofrer alguns lapsos de memória durante discursos públicos e se confundir constantemente.
Lapsos em falas públicas
Durante um discurso em que se referia ao conflito entre Rússia e Ucrânia em junho de 2023, Biden disse que o presidente russo estava “perdendo a guerra no Iraque”.
Nesse período, o conselheiro do departamento de Justiça dos EUA Robert Hur investigava o presidente, suspeito de levar documentos secretos do governo para casa.
Biden não foi acusado por falta de provas, porém, o relatório não o absteve de críticas. Publicado em 8 de fevereiro deste ano, o documento aponta que Biden apresenta “faculdades mentais comprometidas”, “memória falha” e “limitações significativas” na capacidade do presidente de gerir o país.
No mesmo dia, Biden somou mais uma gafe enquanto se defendia das alegações de Hur. Ele confundiu o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, com o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador.
Desempenho ‘desastroso’ no debate
No debate de 27 de junho de 2024, Biden foi motivo de chacota entre os republicanos e de preocupação entre aliados pelo seu desempenho, considerado “desastroso”. Isso levou ao aumento dos questionamentos sobre sua aptidão para governar os EUA.
Ao longo do debate, Biden tem momentos em que divaga, fala com pouca clareza e mostra uma voz claramente rouca. Em meio ao debate, os apoiadores de Biden diziam aos jornalistas que o presidente estava “lutando contra um resfriado”.
Mesmo após o debate, Biden insistiu na candidatura. Com isso, algumas publicações fizeram editoriais defendendo sua desistência.
“O melhor serviço que Biden pode prestar ao país é escolher alguém mais capaz”, escreveu o New York Times.
Com a repercussão, Biden se defendeu em um comício no dia seguinte, na Carolina do Norte. “Eu sei que não sou jovem, para dizer o óbvio. Mas eu sei de uma coisa: eu sei falar a verdade. Eu sei o que é certo e o que é errado. E eu sei, como milhões de americanos sabem, que quando você é derrubado, você se levanta”, disse.
Biden perde apoio de aliados
O discurso na cúpula da OTAN também enfraqueceu a campanha de Biden, que se confundiu e chamou o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, pelo nome do inimigo. “Senhoras e senhores, presidente Putin”, disse.
Em outro momento, chamou sua vice-presidente, Kamala Harris, de Trump. “Eu não teria escolhido Trump para ser meu vice, se não achasse que ela era qualificada para ser presidente”.
Com o passar do tempo, Biden e os democratas perderam o apoio financeiro de seus principais doadores, como Abigail Disney, herdeira da fortuna da Walt Disney Company, que afirmou que suspenderia suas doações até que Biden desistisse da disputa.
O ator George Clooney escreveu um artigo de opinião no “New York Times” que dizia que precisavam “de outro candidato”.
Outros megadoadore suspenderam seus repasses, enquanto senadores e deputados candidatos à reeleição, abandonaram a candidatura de Biden, receosos de serem impactados pelas críticas ao democrata.
Covid e desistência
Após dizer que “cogitaria desistir de candidatura se médicos apontassem alguma condição médica”, Biden foi diagnosticado com Covid-19 no último dia 17. Neste domingo, ele anunciou sua desistência, já adiantando seu apoio à vice-presidente Kamala Harris.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.