Os tribunais russos iniciaram a aplicação das primeiras penas de prisão a indivíduos detidos durante atos e homenagens ao líder opositor Alexei Navalny, que faleceu na última sexta-feira (16) em um presídio no Ártico.
As sentenças foram direcionadas a centenas de manifestantes que saíram às ruas para expressar sua solidariedade e protestar contra as circunstâncias da morte de Navalny.
São Petersburgo, uma das cidades mais populosas e influentes da Rússia, testemunhou o maior número de condenações, totalizando 154 indivíduos sentenciados.
As penas variam, com algumas chegando a até duas semanas de prisão. Entre os casos mais extremos, destaca-se a condenação de um homem a 14 anos de prisão simplesmente por segurar um cartaz com o nome de Navalny em Krasnodar.
As acusações que fundamentam essas penas estão relacionadas à violação das leis de protesto na Rússia, onde as autoridades impõem severas restrições à realização de manifestações não autorizadas.
De acordo com a legislação russa, protestos só podem ocorrer mediante autorização oficial, um processo muitas vezes complexo e difícil de ser obtido, especialmente para grupos ou movimentos de oposição.
Desde o falecimento de Alexei Navalny, um total de 387 pessoas foram detidas em diferentes manifestações em toda a Rússia, refletindo a profundidade do sentimento de luto e indignação entre os cidadãos russos após a morte do líder opositor.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.