O Catar anunciou nesta segunda-feira (27) que uma trégua entre as forças de Israel e do Hamas em Gaza foi prorrogada por dois dias, dando continuidade a uma pausa em meio a sete semanas de uma guerra que matou milhares de pessoas e devastou o enclave palestino.
“Chegou-se a um acordo para estender a pausa humanitária por mais dois dias na Faixa de Gaza”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, que atua como mediador, em um post na plataforma de mídia social X.
Não houve comentário imediato de Israel, mas uma autoridade da Casa Branca confirmou que o acordo havia sido alcançado.
O Hamas também disse que concordou com uma extensão de dois dias na trégua em conversas com Catar e Egito, que têm facilitado as negociações indiretas entre os dois lados.
“Um acordo foi alcançado com os irmãos do Catar e do Egito para estender a trégua humanitária temporária por mais dois dias, com as mesmas condições da trégua anterior”, disse um representante do Hamas em ligação telefônica com a Reuters.
Nenhum dos anúncios especificou quantos reféns seriam libertados, mas anteriormente o chefe do Serviço de Informação do Estado do Egito, Diaa Rashwan, havia dito que o acordo que estava sendo negociado incluiria a libertação de 20 reféns israelenses dentre os que foram apreendidos pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro ao sul de Israel. Em troca, 60 prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses seriam libertados, segundo ele.
A trégua inicial de quatro dias termina na noite de segunda-feira.
A libertação de 11 reféns israelenses e 33 palestinos sob o acordo de cessar-fogo original era esperada para o final desta segunda-feira.
O Hamas disse ter recebido uma lista de palestinos a serem libertados por Israel, que, segundo o grupo, inclui três prisioneiras e 30 menores de idade.
A Casa Branca afirmou que as autoridades norte-americanas esperam que duas mulheres dos EUA estejam entre os libertados de Gaza, onde acredita que oito ou nove cidadãos norte-americanos estejam sendo mantidos.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que notificou as famílias dos reféns que seriam libertados nesta segunda-feira, sem especificar um número.
Crise Humanitária
A trégua acordada na semana passada foi a primeira interrupção dos combates nas sete semanas desde que o Hamas atacou Israel, matando 1.200 pessoas e levando cerca de 240 reféns para Gaza, de acordo com dados israelenses.
Em resposta a esse ataque, Israel bombardeou o enclave e montou uma ofensiva terrestre no norte. Mais de 15.000 palestinos foram mortos, segundo o governo do Hamas em Gaza, e centenas de milhares ficaram desabrigados.
Amplas áreas do enclave foram arrasadas por ataques aéreos e bombardeios de artilharia israelenses, e uma crise humanitária se desenrolou com o esgotamento dos suprimentos de alimentos, combustível, água potável e medicamentos.
O acordo de trégua também permitiu a entrada de caminhões de ajuda em Gaza.
No domingo, o Hamas libertou 17 pessoas, incluindo uma menina israelense-americana de 4 anos, elevando o número total de libertados pelo grupo militante desde sexta-feira para 58, incluindo estrangeiros. Israel libertou 39 prisioneiros palestinos adolescentes no domingo, aumentando o número total de palestinos libertados sob a trégua para 117.
Um porta-voz do governo israelense disse que o número total de reféns ainda mantidos em Gaza na segunda-feira era de 184, incluindo 14 estrangeiros e 80 israelenses com dupla nacionalidade.