A Polícia Militar de Mato Grosso oficializou, na tarde desta sexta-feira (05.01), a passagem de comando do 3º Batalhão, em Cuiabá. Na cerimônia, realizada na sede da unidade, o tenente-coronel Benedito Martins Carvalho Júnior assumiu a função de comando do maior batalhão do Estado.
No comando da unidade desde setembro de 2021, a tenente-coronel Hadassah Suzannah Beserra de Souza recebeu homenagens dos policiais militares do 3º BPM e agradeceu pelo tempo que esteve à frente da função de comandante. “Tenho apenas a agradecer, primeiramente ao comandante-geral por me deixar continuar no comando em sua chegada, a toda tropa deste batalhão e também à comunidade, sempre muito presente no nosso trabalho”, afirmou.
A tenente-coronel ainda destacou as ações realizadas durante todo o comando. “Nesses dois anos e quatro meses conseguimos realizar muitos feitos, implementando com qualidade a Patrulha Rural na nossa região, as rondas comerciais e escolares e estreitando os laços com a população. Qualificamos os nossos militares, recebemos investimentos e treinamos a todos para o manuseio da melhor maneira. E claro, desejo boas-vindas ao meu sucessor, que já está sendo muito bem recebido”, afirmou a tenente-coronel Hadassah, que irá integrar a equipe da Coordenadoria Militar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, esteve presente na solenidade e destacou o trabalho e empenho dedicado pela tenente-coronel Hadassah e desejou boas-vindas ao novo comandante do Batalhão.
“A tenente-coronel Hadassah, sempre muito querida por todos, irá enfrentar agora novos desafios e, tenho certeza, com a mesma responsabilidade de sempre. Quero apenas agradecer à tenente-coronel pelo tempo dedicado a este Batalhão, muitas vezes longe da família, mas sempre com um propósito maior. Ao tenente-coronel Martins Júnior, desejo boas-vindas e sei que ele se dedicará ao máximo para manter o excelente trabalho desta unidade”, finalizou.
O tenente-coronel Martins Júnior tem 43 anos e ingressou na Polícia Militar no ano de 1998. Formou no ano de 2004 como bacharel em Segurança Pública pela Academia Costa Verde da PM e se tornou bacharel em Direito pela Universidade de Cuiabá (Unic), em 2011.
Antes de assumir o comando do 3º Batalhão, o tenente-coronel ocupava a função de coordenador de Análise Processual da Corregedoria-Geral da PMMT. Além disso, foi comandante adjunto do Batalhão Fazendário, em 2019, e já comandou as Bases Comunitárias dos bairros Araés e São João Del Rey.
O 3º Batalhão da PM é a maior unidade de Mato Grosso, responsável pelo policiamento em cerca de 100 bairros, distritos e comunidades rurais de Cuiabá. Atualmente, possui um efetivo de 212 militares, distribuídos nas companhias comunitárias Jardim Vitória, Pedregal, Moinho, Três Barras, Planalto, Bosque da Saúde e CPA, além do Grupamento de Apoio (GAP).
Também estiveram presentes na solenidade o deputado Federal Abílio Brunini; o chefe da Casa Militar do Governo, tenente-coronel Fernando Turbino; a comandante-geral adjunta da PMMT, coronel Francyanne Siqueira Chaves; o corregedor-geral da PMMT, coronel Fábio de Souza Andrade; o diretor de Gestão de Pessoas da PMMT, coronel Daniel Lipi Alvarenga; entre demais autoridades.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.