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Temporais: voluntários fazem mutirão de limpeza e distribuem doações

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Durante esta segunda-feira (20), parte dos moradores atingidos pelos estragos das chuvas em São Sebastião, no litoral norte paulista, tentavam acessar as casas em meio a lama. O município contabiliza 39 das 40 mortes causadas pelos deslizamentos e enxurradas no litoral norte. São 1,7 mil pessoas desalojadas e 766 desabrigadas na região.

No bairro da Topolândia, em São Sebastião, voluntários trabalhavam com o apoio de escavadeiras e caminhões para tirar a lama e o entulho das ruas. “Hoje, passei o dia todo tirando lama da viela”, contou Carlos José de Santana, que mora com a mulher e o filho adolescente em uma das casas atingidas.

Na madrugada de domingo, a família deixou a residência com água acima do joelho. Segundo Carlos, que vive de vender queijo nas praias, eles já desconfiavam que o temporal muito acima do normal poderia trazer problemas. “Nós não dormimos nessa noite. Ficamos preocupados. Era muita água. Muita água mesmo”, lembra. Os 682 milímetros de chuvas registrados na região são o maior acumulado da história do país.

Mas, nem todos os moradores perceberam de antemão o perigo. A estudante Geovana Mandinga, de 19 anos, disse que, mesmo com os sinais iniciais, a família não previu que um deslizamento ia destruir a casa onde viviam.

“Lá em cima, tem uma barreira de terra que, com a chuva, desceu. Quando eu percebi, eram 3h. Só estava descendo terra. Parecia tranquilo. Só que eu dormi e às 6h eu vi uma casa sendo levada para baixo, a casa da frente”, relata.

Quando o desastre se mostrou iminente, a mãe, o padrasto, os quatro irmãos e os dois sobrinhos ainda bebês da jovem deixaram a casa levando o pouco que conseguiram carregar. “A gente pegou umas peças de roupa e documentos. A gente teve que pular o muro dos vizinhos para conseguir [sair]. A gente ficou ilhado algumas horas antes de descer todo mundo”, conta.

Solidariedade

Apesar de fortemente afetados pela catástrofe, a família ainda encontrou espaço para ser solidária com quem está em uma situação pior. Geovana levou o excedente das doações que recebeu a uma escola que está abrigando pessoas que também perderam as casas. “Tudo o que sobrou, que a gente não tem onde colocar, estamos levando para o fundo social. Porque tem muitas famílias que a gente conhece que perderam [tudo] também”, diz a jovem, que está temporariamente na residência de parentes.

Durante os trabalhos de limpeza nas ruas do bairro, não param de chegar fardos com água mineral e alimentos que são organizados em casas que não foram atingidas ou em tendas improvisadas, algumas por igrejas. “Estamos tentando ajudar mais os voluntários e os moradores que estão lá em cima. Eles não conseguem fazer comida, estão sem água”, diz Raíssa Morais, moradora há 20 anos da região que faz parte de um dos grupos que organiza as doações.

Raíssa, que trabalha como assessora de um vereador do município, disse que também participou da mobilização para que empresários e moradores da cidade oferecessem o apoio as pessoas atingidas pelas chuvas. “Começamos a movimentar, ligando para um, pedindo para outro. Foi quando começou a chegar as doações para a gente”, diz.

A empregada doméstica Tatiana Pereira da Silva foi uma das beneficiadas pelas doações da escola, que virou abrigo. Ela percorria as ruas enlameadas do bairro descalça. Ela, o marido e o filho escaparam por pouco da tragédia.

“Quando eu abri a porta, a lama já estava entrando na minha casa. Eu fiquei desesperada. Tranquei tudo e sai correndo. A lama já estava no meio da canela quando a gente desceu”, conta.

Alertas

Assim como todas as pessoas ouvidas pela Agência Brasil, ela afirma não ter recebido nenhum alerta da prefeitura ou da Defesa Civil.

Em entrevista coletiva hoje, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, disse que a administração municipal emitiu alertas a partir das 21h de sábado, quando começaram as chuvas na cidade. Segundo ele, apesar de ter conhecimento prévio de que o município receberia fortes chuvas, o volume surpreendeu.

“O que não se esperava era a densidade dessas chuvas, que ultrapassaram 600 milímetros num curto espaço de tempo. Às 3h [de domingo], o Centro de Coordenação de Emergência e de Contingência foi ativado. Nós nos reunimos no centro operacional da prefeitura, com a presença do Corpo de Bombeiros, coordenando todas as ações e já recebendo os primeiros chamados de escorregamentos e alagamentos”, disse.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou que as defesas civis locais já tinham conhecimento dos riscos de um evento extremo no litoral norte desde a última quinta-feira (16).

Bairros ilhados

Alguns bairros do município permanecem ilhados devido aos deslizamentos que atingiram estradas fundamentais para o deslocamento na região. A área que vai da Barra do Sahy até Boiçucanga só pode ser acessada por helicóptero ou pelo mar. É dessa forma que estão sendo feitos os resgates e o envio de mantimentos para as pessoas que estão isoladas nessa parte do município. Os estragos ainda estão sendo avaliados, mas, há indícios que trechos das rodovias Rio-Santos e da Mogi-Bertioga foram completamente destruídos.

Edição: Aline Leal

Fonte: EBC Geral

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Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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