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MATO GROSSO

TCE-MT defende mais acesso de empresas locais em licitações como estratégia de desenvolvimento

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Crédito: Tony Ribeiro/TCE-MT
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Conselheiro-revisor, Antonio Joaquim. Clique aqui para ampliar

O Plenário do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) apontou o aumento da participação de micro e pequenas empresas locais nas compras públicas como uma das principais estratégias para o desenvolvimento dos municípios do estado. A questão foi debatida na sessão ordinária desta terça-feira (13), durante julgamento de cautelar que havia suspendido licitação da Prefeitura de Água Boa por restrição a concorrentes da região.

Ao defender a não homologação da cautelar e a consequente manutenção do pregão eletrônico, o revisor do processo, conselheiro Antonio Joaquim, considerou a aprovação da Resolução de Consulta 17/2023-PV do TCE-MT, que prevê, em caráter excepcional, a limitação geográfica nos certames. O objetivo é garantir o cumprimento do artigo 47 do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (LC 123/2006).  

Suspenso no final de julho, por meio de julgamento singular do conselheiro Valter Albano, o processo licitatório de Água Boa prevê a locação de painel led, iluminação, banheiros químicos, gerador e palcos, além da contratação de seguranças e brigadistas, com exclusividade para empreendimentos de nove municípios integrantes do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Médio Araguaia (Codema).  

Crédito: Tony Ribeiro/TCE-MT
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Conselheiro-relator, Valter Albano. Clique aqui para ampliar

Na análise dos autos, Antonio Joaquim reforçou que a delimitação é amparada pelo Decreto Municipal 4.062/2023, que regulamentou a contratação de micro e pequenas empresas locais e regionais. Para o revisor, a continuidade do certame dá sinal verde para outras iniciativas do tipo. “É um exemplo que estamos dando para que os municípios sigam esse caminho para o fortalecimento do desenvolvimento regional.” 

O voto-vista foi acolhido pelo relator do processo, Valter Albano, com a ressalva de que a regionalização das licitações não pode estar descrita somente no termo de referência, como ocorreu no caso de Água Boa. “Sugiro a determinação para que aquele município ou quaisquer outras unidades gestoras tenham o cuidado de especificar no edital exatamente o que consta das leis e da resolução normativa, para não haver qualquer dano a eventuais participações de pessoas jurídicas.” 

Na ocasião, Antonio Joaquim também lembrou que durante sua presidência na Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), em 2013, houve um movimento nacional em favor da executoriedade do Estatuto. “Essa ação proporcionou um aumento significativo da participação de empresas regionais e, consequentemente, o desenvolvimento econômico e regional em todos os entes da federação”, pontuou.   

Desenvolvimento municipal e redução das desigualdades

Crédito: Tony Ribeiro/TCE-MT
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A questão foi debatida na sessão ordinária desta terça-feira (13). Clique aqui para ampliar

Seu ponto de vista foi reforçado pelos demais conselheiros, que votaram por unanimidade pela não homologação da tutela provisória e pelo arquivamento do processo. Os argumentos citados no voto resultaram ainda em um debate sobre o papel das compras públicas na diversificação econômica, na industrialização do estado, na geração de emprego e renda e no aumento da competitividade entre as empresas. 

A estratégia, segundo o presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, pode mudar o contexto de desigualdades entre os municípios. “A única forma de Mato Grosso crescer de forma igualitária é criando oportunidades e qualificação. Então, precisamos fazer as pequenas empresas crescerem. É preciso olhar para os municípios onde não tem nenhuma empresa e dar incentivo fiscal nesses lugares onde as empresas não vão.”  

Ao sugerir o arquivamento do processo, o conselheiro Waldir Teis lembrou que, recentemente, um pedido semelhante referente ao certame realizado em Santa Carmem, teve o mesmo desfecho. “É um recado forte para a adoção desse modelo. Nesses municípios existem poucas empresas e as que estão situadas nas grandes cidades levam toda a capacidade financeira de circulação interna, que poderia gerar emprego e renda.” 

No mesmo sentido, o conselheiro Guilherme Antonio Maluf reforçou a urgência da industrialização do estado. “Que essa industrialização não apenas aconteça nos maiores pólos, mas também em cidades que não tem condição de promover políticas públicas para atrair a indústria, então, todos nós temos que dar nossa contribuição para a industrialização do estado”, pontuou.

Secretaria de Comunicação/TCE-MT 
E-mail: imprensa@tce.mt.gov.br
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Fonte: TCE MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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