Em meio às investigações sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência ( Abin ) para espionagem ilegal, o Supremo Tribunal Federal ( STF ) corrigiu uma informação equivocada nesta terça-feira (16) e esclareceu que a decisão do ministro Alexandre de Moraes não proíbe que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) possam se encontrar.
A determinação é válida apenas para os investigados da Operação Última Milha da Polícia Federal, realizada na semana passada.
Em uma reviravolta no caso, foi derrubado o sigilo de um áudio em que Bolsonaro discute com Ramagem um plano para blindar a investigação sobre a rachadinha envolvendo o senador Flávio Bolsonaro.
A gravação foi feita durante um encontro entre os dois, e revela a proposta de abrir procedimentos administrativos contra auditores fiscais que investigaram Flávio, com o objetivo de anular as investigações. Bolsonaro concordou com a estratégia, que resultou no arquivamento do processo contra seu filho em 2022.
Ramagem, que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro e conta com o apoio de Jair Bolsonaro, destacou que a decisão do STF permite que eles continuem se encontrando e articulando politicamente. Caso contrário, a restrição judicial poderia dificultar a atuação eleitoral da dupla.
A gravação de 1 hora e 8 minutos também revela uma conversa entre Bolsonaro e o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, sobre o inquérito da possível rachadinha envolvendo Flávio Bolsonaro.