Nesta quarta-feira (14), a televisão estatal da Ucrânia mostrou uma cena de tropas ucranianas retirando a bandeira russa de um prédio oficial na cidade de Sudzha , localizada na região de Kursk , na Rússia . Os soldados disseram que dominaram o local, exibindo imagens de calmaria nas ruas, sem sinais de resistência.
A invasão de Sudzha marca um momento importante na guerra entre Ucrânia e Rússia, sendo a primeira vez que uma frente de batalha é estabelecida em território russo. A invasão, que ocorreu em 6 de agosto, envolveu cerca de 1.000 soldados ucranianos que foram até a região de Kursk, surpreendendo as forças russas que monitoravam a área.
A reação do Kremlin foi imediata, com o presidente Vladimir Putin convocando reservistas e realizando reuniões de emergência para recalcular os planos de guerra. Apesar das tentativas de impedir a ofensiva, as tropas russas não conseguiram remover os ucranianos da região.
Sudzha é tratada como uma cidade estratégica, pois possui o último ponto na Rússia dos dutos que enviam gás para a Europa através da Ucrânia. Com o golpe das forças ucranianas, os russos ficam fragilizados economicamente, segundo informações da mídia internacional.
As tropas ucranianas já têm o controle de 28 distritos na região de Kursk, forçando mais de 11 mil pessoas a fugir de suas casas e buscar abrigo em locais seguros.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que a invasão em território russo é uma estratégia para “empurrar a guerra para o território do invasor”. Ele também pontuou que só devolverá o local aos russos se Putin realizar um tratado de paz.
Veja o vídeo:
⚡️Years of Putin’s media blockade come to an end in Russia’s Kursk region as the first Ukrainian journalists broadcast from Russian territory. pic.twitter.com/NK7umt2S3I
A guerra entre Ucrânia e Rússia, iniciada em fevereiro de 2022, tem sido um conflito em larga escala que começou quando os russos invadiram o solo ucraniano.
A tensão entre os dois países já vinha se desenvolvendo desde 2014, após a anexação da Crimeia pela Rússia e o início de conflitos na região do Donbass, no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-russos declararam independência.
As principais causas do conflito incluem disputas territoriais, questões étnicas, divergências sobre a orientação política e econômica da Ucrânia (ocidental vs. russa), e o desejo da Rússia de impedir que os ucranianos se aproximem da União Europeia e da OTAN.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.