A Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz MT) concluiu, nesta quinta-feira (19.09), o seminário “Tributação no Setor de Combustíveis: Controle, Monitoramento e Fiscalização”, que reuniu cerca de 150 servidores fazendários. Realizado entre os dias 17 e 19 de setembro, o evento teve como objetivo compartilhar conhecimentos sobre as práticas de tributação, combate a fraudes e os desafios logísticos relacionados ao setor de combustíveis, um dos mais relevantes para a arrecadação do estado.
No último dia do seminário, os participantes assistiram a palestras ministradas pelo secretário de Fazenda de Mato Grosso, Rogério Gallo, e por representantes da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto Combustível Legal (ICL) e do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). Os temas abordados incluíram as recentes discussões sobre a reforma tributária, estratégias de combate às fraudes e sonegação fiscal, e a logística de riscos das operações com combustíveis.
Ao falar sobre a reforma tributária e o setor de combustíveis, o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, ressaltou que o regime tributário dos combustíveis é um dos pontos polêmicos, que impacta o pacto federativo e a autonomia dos estados. De acordo com a proposta, a tributação para os combustíveis permanecerá monofásica, com alíquotas uniformes em todo o território nacional.
“Um dos pilares da reforma foi, de fato, manter a autonomia dos estados e essa autonomia é sustentada exclusivamente na liberdade para fixar as alíquotas, sejam elas definidas pelos estados, pelos parlamentos estaduais ou municipais. E nos combustíveis, é onde tivemos a maior restrição”, afirmou o secretário de Fazenda.
Já a participação dos representantes da ANP, ICL e Sindicom trouxe uma visão ampla sobre o setor, abordando desde o mercado de combustíveis e o impacto das fraudes tributárias até os riscos logísticos enfrentados nas operações de distribuição. A troca de experiências entre os palestrantes e os servidores fazendários, bem como a atuação conjunta dos órgãos de controle e dos fiscos, contribui para a identificação de melhores práticas e estratégias de fiscalização, fortalecendo o combate à sonegação.
“Na situação que vivemos hoje, com o aumento da complexidade das fraudes no mercado de combustíveis no Brasil, é essencial que eventos como este sejam realizados. Atualmente, os órgãos públicos precisam se apoiar mutuamente para combater essas fraudes estruturadas, com informações e operações”, afirmou o Superintendente Adjunto de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Carlos Neri.
O diretor executivo do Instituto Combustível Legal, Carlo Rodrigo Faccio, ressaltou que as fraudes estão cada vez mais estruturadas, exigindo uma atuação mais rigorosa dos fiscos estaduais e órgãos de controle. “A fraude é tão organizada que os fiscos precisam estar extremamente atentos, pois há particularidades em cada elo da cadeia que desviam recursos do erário, prejudicando também a sociedade. A Sefaz e o estado de Mato Grosso estão de parabéns, primeiro, por organizarem este seminário, que é uma oportunidade de compartilhar informações, e segundo, por proporcionar capacitação contínua aos agentes públicos para combater essas práticas ilícitas”.
Além dos palestrantes nacionais, o seminário contou com a colaboração de servidores das superintendências de Fiscalização e de Controle e Monitoramento, da Sefaz, que também compartilharam seu conhecimento aos participantes. O fiscal de tributos estaduais Rodrigo Sarkis, da coordenadoria de Controle de Declarações, destacou a importância do monitoramento no combate às fraudes.
“O combustível não possui chassi, número de série ou data de fabricação; portanto, seu controle se dá por meio de documentos fiscais. Uma vez sonegada, essa receita dificilmente é revertida ao erário, desencadeando concorrência desleal no mercado varejista, lavagem de dinheiro e execuções fiscais infrutíferas. Por isso, é fundamental o controle e monitoramento das operações para mitigar a sonegação fiscal nesse segmento, que é sensível à receita pública e representa quase 30% da arrecadação do estado”.
Ainda participaram como palestrantes a coordenadora de Fiscalização de Combustível, Comércio e Serviços, Ana Paula Miraglia, a fiscal de tributos Nyedja Alvez Galvão, especialista em fiscalização de combustíveis e integrante do GT05, e o diretor executivo do Sindicom, Mozart Rodrigues Filho. O evento foi realizado no auditório do Ministério Públicos e todos os participantes serão certificados pela Escola Fazendária.
Problemas com alvará municipal, remunerações de servidores públicos, questões tributárias ou até mesmo uma pendência na hora de fazer a transferência do veículo são alguns problemas que podem ser solucionado por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da Fazenda Pública. O serviço, do Poder Judiciário de Mato Grosso, atende demandas tanto na fase que antecede a abertura de um processo, quanto na ocasião em que ele já está instaurado. O cidadão que recorre a este serviço é beneficiado com resultados ágeis e eficazes.
“Quaisquer questões que necessitem de uma pronta solução, que trazem um litígio, que tem uma pendência a ser resolvida, o cidadão pode procurar o Cejusc da Fazenda Pública. Lá, ele poderá tratar do assunto e tentar resolvê-lo no âmbito da consensualidade”, detalha o juiz Bruno D´ Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ações Coletiva de Cuiabá.
A opção pelo Cejusc elimina o trâmite processual tradicional que envolvem contestações, audiência de instrução, sentença judicial e inúmeros recursos que podem durar anos.
Para acessar o serviço, o cidadão pode procurar o Cejusc da Fazenda Pública presencialmente no Fórum de Cuiabá, das 12h às 19h. O contato também pode ser via mensagem de texto (65 9 9332-0122) ou e-mail (cejusc.fazendapublicacba@tjmt.jus.br). Nesses canais, o cidadão ou advogado relatam o problema. O Cejusc da Fazenda Pública tem competência em todo o estado de Mato Grosso.
Quando o relato é inicial, a questão pode ser resolvida já na fase pré-processual. Neste caso, as partes envolvidas são chamadas para uma audiência de conciliação, momento em que irão dialogar e tentar resolver. Se a conflito for pacificado, o juiz homologa o termo de conciliação e o problema fica resolvido.
“Em se tratando de reclamações pré-processuais, sempre se recomenda que o cidadão esteja acompanhado de um advogado, mas não é obrigatório. Ele pode fazer essa reclamação, sem estar assistido no âmbito pré-processual por advogado. Ele encaminha essa reclamação e nossos colaboradores irão auxiliá-lo”, explica o magistrado.
Já nas situações em que o conflito está na fase processual, quando o caso não é encaminhado pelo próprio magistrado de origem, uma das partes precisa requerer o auxílio do Cejusc da Fazenda Pública. “O advogado ou o cidadão, que tem uma demanda, pode solicitar a remessa dos autos ao Cejusc da Fazenda Pública da Capital”.
Com o processo transferido para o Cejusc, as partes serão direcionadas para audiência de conciliação e o problema poderá ser resolvido em questão de horas. “A conciliação encurta o caminho para que o conflito possa ser resolvido. É um dos métodos mais eficiente, mais célere, a fim de que o cidadão tenha as suas queixas, os seus problemas solucionados”, defende o juiz Bruno D´Oliveira Marques.
Rádio TJMT – Para conhecer mais sobre a atuação do Cejusc da Fazenda Pública e outros serviços da Justiça de Mato Grosso, acesse a Rádio TJMT.