Não dá para negar que, atualmente, a maquiagem se tornou um elemento essencial na rotina de beleza de muitas pessoas, independentemente do gênero. Tanto que dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) apontam que o Brasil ocupa a 2ª posição entre os países que mais lançam produtos na área, estando em 4ª lugar entre as nações que mais consomem produtos de beleza no mundo. Só que, com tantas opções, é importante ficar alerta quanto a alergias.
Isso porque o uso inadequado de produtos de maquiagem pode levar a uma série de problemas dermatológicos, que vão desde irritações leves até reações alérgicas graves. Ingredientes comuns em cosméticos, como parabenos, fragrâncias e corantes, têm sido associados a uma variedade de efeitos adversos na pele, destacando a importância de entender quais são os produtos que aplicamos em nosso rosto diariamente.
Segundo a alergologista Natasha R. Ferraroni , atual presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), existe um grupo de pessoas mais suscetíveis a desenvolverem reações alérgicas à maquiagem: aquelas com a pele seca e que sofrem de dermatite atópica ou outras dermatites. “Como a pele não está íntegra, ela acaba absorvendo mais daquele item, que pode ser identificado como alérgeno pelo nosso sistema imunológico, causando sintomas de alergias”, explica a médica.
E, sim, existe um local do corpo mais suscetível a este tipo de problema: o rosto, justamente por ser uma área constantemente exposta ao sol. Sabidamente, destaca a médica, a luz ultravioleta altera os componentes químicos dos produtos. Estes, por sua vez, ao terem sua estrutura química alterada, podem tornar-se um causador de alergia.
Com tantas questões, uma das principais medidas é fazer uma higiene adequada antes de ir dormir, retirando qualquer resquício de produto da pele. “A remoção de maquiagem deve ser feita com água morna, usando algodão em bolas e não do tipo pads, que arranham a epiderme. Além disso, o ideal é usar produtos adequados e indicados pelo dermatologista, que não causem alergia”, alerta.
No Brasil, não existe uma legislação vigente que determine quais são os produtos hipoalergênicos, ou seja, que têm menor chance de causar alergia no consumidor. Existe apenas um parecer técnico da ANVISA (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ressaltando que “os produtos que se utilizarem desta menção em sua rotulagem deverão apresentar obrigatoriamente, por ocasião do pedido de registro na GGCOS/Anvisa, testes clínicos de sensibilização cutânea e fotoalergia, de acordo com metodologia reconhecida, que atestem a baixa incidência de reações adversas de sensibilização e fotoalergia.”
E AGORA?
Se você passou um produto que provocou reação alérgica, a primeira providência é suspender o uso dele, procurando um especialista na sequência. Conforme a alergologista, o principal erro de muitos pacientes é suspender e, depois, reintroduzir o item novamente em sua rotina de beleza, para fazer o ‘seu próprio teste de alergia’.
“Quem deve fazer a testagem específica para determinar qual foi o componente que causou o problema naquela pele será o especialista em alergia”, alerta Natasha. “Com a resposta em mãos, esse paciente poderá ler os rótulos e prevenir alergias a outros produtos no futuro”, explica.
O teste de contato no consultório, conhecido como Patch Test, é importante porque, destaca a médica, a mesma substância alergênica pode estar presente em vários produtos. “Muitas vezes, o conservante do protetor solar também é usado no desodorante do paciente, e ele pode até não apresentar sintomas naquele momento, mas logo esse quadro vai evoluir se a pessoa for realmente alérgica”, diz.
Por fim, Natasha R. Ferraroni dá uma dica importantíssima: ficar de olho na data de validade de todos os produtos que você está usando. “Anote a data de abertura na embalagem usando uma canetinha. De forma geral, esses itens podem ser usados por até seis meses após abertos”, aconselha.
*Dra. Natasha R. Ferraroni é presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) DF (2023-2024)
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.