De acordo com o presidente da Comissão de Transparência, Governança e Fiscalização e Controle do Senado, “nada nessa história é normal”. A investigação deve, inclusive, buscar esclarecer se os trâmites da venda da refinaria de Landulpho Alves, na Bahia, ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes, têm relação com o envio das joias.
A refinaria localizada na Bahia foi vendida em 2021 por 1,65 bilhão de dólares (R$ 8,48 bilhões na cotação atual). Contudo, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros e o Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Naturais e Biocombustíveis), o valor de mercado da refinaria estava avaliado entre 3 e 4 bilhões de dólares em 2021.
“Como presidente da comissão CTFC, vou abrir investigação no Senado sobre a venda refinaria da Petrobras Landulpho Alves, na Bahia, para o fundo árabe Mubadala Capital”, escreveu Aziz nas suas redes sociais.
“Qualquer violação ao interesse da União, relação com a tentativa de descaminho de joias, ou qualquer ato que tenha gerado vantagens a autoridades nessa venda, será levado à Justiça para punição dos envolvidos”, complementou.
O primeiro passo da comissão será pedir documentos da Petrobras sobre a avaliação de preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para os estrangeiros.
Segundo Aziz, o primeiro passo será solicitar e analisar os documentos da Petrobras relacionados à avaliação de “preço abaixo do valor de mercado do ativo brasileiro para estrangeiros”.
Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque , então ministro de Minas e Energia.
Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.
Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.