A Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) lançou, na tarde desta quarta-feira (10.04), o primeiro lote do programa “Todos pelo Araguaia”. A área a ser restaurada totaliza 212 hectares. As ações do programa começam em 60 hectares, sendo 50 hectares na Unidade de Conservação Parque Estadual da Serra Azul e 10 hectares em um parque urbano, ambos localizados no município de Barra do Garças (a 511 km de Cuiabá).
Considerado o maior programa de revitalização de bacia hidrográfica em execução no mundo, o objetivo central da ação é a revitalização da bacia hidrográfica do Rio Araguaia, com a restauração de 10 mil hectares no bioma Cerrado, sendo cinco mil em Mato Grosso e cinco mil em Goiás.
Na avaliação da secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, o lançamento do primeiro lote marca um momento especial para o programa em Mato Grosso. Na ocasião também foi assinado o memorando de entendimento com a Rumo S/A, empresa patrocinadora da ação em Barra do Garças.
“O programa Todos pelo Araguaia é uma iniciativa que estabelece conexão entre o poder público, iniciativa privada, produtores rurais e outras diversas entidades em prol de um objetivo comum que é restaurar a Bacia do Rio Araguaia, um patrimônio dos mato-grossenses e também dos goianos, conectando o programa daqui com o Juntos pelo Araguaia, em Goiás”, declarou Mauren.
A secretária destacou que outro objetivo do Governo com o programa é levar ao produtor conhecimento sobre a melhor prática a ser aplicada no imóvel, incluindo como ele lida com a natureza e com a mudança do uso da terra.
Lançado em 2019 pelo governo federal e pelos governos de Mato Grosso e Goiás, o programa tem entre as ações realizadas os projetos de recomposição florestal, conservação do solo e água, enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, e a promoção da mudança de cultura sobre práticas sustentáveis de ocupação do território. O projeto prevê que pequenos e médios produtores atuem diretamente na recuperação das áreas degradadas já declaradas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Na primeira etapa, a ação é executada em 16 municípios goianos e 12 mato-grossenses. Em Mato Grosso, as cidades impactadas são: Alto Araguaia, Alto Garças, Alto Taquari, Araguainha, Barra do Garças, General Carneiro, Guiratinga, Pontal do Araguaia, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Tesouro, Torixoréu.
“A recuperação das Bacias não interessa apenas ao município de Barra do Garças, mas ao Brasil. São vidas que dependem do Rio Araguaia e a gente precisa fazer alguma coisa. E é por isso que tenho respeito e admiração pelo governador Mauro Mendes e toda a sua equipe. Tenho certeza que esse programa será um sucesso pelo novo formato que foi idealizado”, afirmou o prefeito de Barra do Garças, Adilson Gonçalves.
O presidente do sindicato rural do município, Luiz Martins, classificou o evento como um marco para o agro da região do Vale do Araguaia. “O produtor rural brasileiro é exemplo em manejo conservacionista, muitas pessoas acham que não, mas ele é exemplo a nível mundial. Ao mesmo tempo que leva comida para a casa de toda a nação, trabalha com conservação, de forma sustentável. Programas como esse trazem a simbiose para aquilo que era impossível de se ver, que é um órgão público, a Sema, trabalhando em parceria com o produtor. Isso marca a história”, destacou.
Novos financiadores
Pessoas físicas ou jurídicas que desejam auxiliar na preservação ambiental podem ajudar o programa com doações voluntárias. Outra maneira de aderir ao projeto é compensar a supressão de vegetação em uma das áreas de abrangência da iniciativa.
Saiba mais sobre o credenciamento de executoras, adesão de produtores e como se tornar um investidor ou benfeitor do Todos pelo Araguaia. Acesse o site www.juntospeloaraguaia.org.br.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.