A Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) realizou, neste domingo (02.06), o segundo processo de captação de órgãos no Hospital Regional de Sinop. Com a solidariedade da família dos doadores, seis pacientes de dois outros estados terão uma nova chance de vida.
A cirurgia de retirada dos órgãos iniciou às 10h50 e possibilitou a doação de um coração, um fígado, dois rins e duas córneas, que beneficiarão pacientes de Mato Grosso, do Distrito Federal e de São Paulo.
A ação foi coordenada pelas equipes de Mato Grosso e integrou profissionais de saúde de Brasília (DF). A logística para a execução do procedimento teve o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB), da Polícia Militar e do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), ligados à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
“É a segunda captação de múltiplos órgãos realizada em parceria com o Hospital Regional de Sinop e essa força-tarefa para salvar vidas demonstra a grandiosidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O gesto de uma família pode salvar a vida de pacientes que estão em outros estados aguardando o transplante. Quero enaltecer o trabalho das equipes da SES, que mobilizaram tudo para que a captação pudesse acontecer”, disse o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo.
O diretor do Hospital Regional de Sinop, Jean Alencar, comemorou a segunda captação realizada na unidade e relembrou que a primeira captação ocorreu em abril deste ano.
“Com o consentimento da família e apoio da Central Estadual de Transplantes, demos início ao segundo processo de captação de múltiplos órgãos mediado pelo Hospital Regional de Sinop. É preciso valorizar o gesto que esta família teve em um momento de muita dor. Enquanto gestor, fico contente de ver o empenho das nossas equipes para salvar mais vidas”, avaliou o gestor.
A secretária adjunta de Regulação da SES, Fabiana Bardi, parabenizou o gesto da família que doou os órgãos e enalteceu o trabalho ágil da Central Estadual de Transplantes.
“Primeiramente, é preciso destacar que somos muito gratos pela receptividade das famílias que, em um momento difícil, escolhem doar órgãos e salvar vidas. Também destaco que as equipes da Central Estadual de Transplantes trabalham a conscientização e o diálogo no processo de doação de órgãos, na medida em que investem na criação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes dentro dos hospitais públicos e privados do Estado. Essas comissões são responsáveis pela entrevista familiar e pelas orientações quanto ao processo”, afirmou Fabiana.
A SES investe na reestruturação da Central Estadual de Transplantes com a ampliação da equipe, implantação da comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplante e capacitação dos profissionais médicos dos hospitais públicos e privados. Essas ações visam à ampliação do número de captações de órgãos no estado.
A coordenadora da Central Estadual de Transplante, Anita Ricarda da Silva, agradeceu às famílias doadoras e aos profissionais envolvidos.
“Nós agradecemos e parabenizamos o empenho de todos os envolvidos. Às famílias doadoras, nossos mais profundos sentimentos de gratidão e respeito. Por meio desse nobre gesto, outras pessoas terão nova condição de vida e com elas diversas famílias deixarão de sofrer a partir destas doações”, concluiu.
Balanço
Em 2023, Mato Grosso realizou o total de sete captações de órgãos. As doações beneficiaram 17 pacientes de Mato Grosso, São Paulo, Pernambuco, do Acre, Paraná e Distrito Federal.
Nesse período, a Central Estadual de Transplante mediou a captação de 253 córneas para doação. Desse total, 184 córneas foram captadas com apoio do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) da Pasta. O transplante proporcionou qualidade de vida a 219 pacientes do Estado, que agora conseguem enxergar melhor.
Transplantes em Mato Grosso
Em Mato Grosso são realizados os transplantes de córneas e tecidos. Os pacientes que precisam de transplante de outros órgãos são encaminhados pelo serviço de Tratamento Fora Domicílio para serem transplantados em outros Estados; os gastos com locomoção e a ajuda de custo para estadia e alimentação do paciente e acompanhante são pagos pela SES-MT.
O serviço de transplante de rim em Mato Grosso passa por uma reestruturação das unidades de referência. No momento, o Governo está em tratativas para retomar integralmente os serviços.
A comunidade da Escola Estadual Professora Neide Enara Sima, em Nova Monte Verde (a 944 km de Cuiabá), criou o projeto “Adote uma Nascente – Águas do Futuro” para recuperação das fontes de água de rios e córregos do município.
Criado neste ano, o projeto surgiu de forma interdisciplinar nas matérias eletivas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza com o objetivo de identificar e caracterizar as principais fontes causadoras de impactos ambientais nas nascentes urbanas e rurais do município, em um raio de 10 quilômetros ao redor da escola.
“A escola foi além da identificação das áreas degradadas e da criação de um banco de dados. Com o envolvimento de 60 alunos do ensino fundamental e médio, iniciamos a recuperação da vegetação ciliar em 100% das áreas aderentes ao projeto e já temos mais de 100 mudas de árvores plantadas crescendo de forma vistosa. Ano que vem vamos dobrar essa quantidade”, explicou a coordenadora do projeto, professora Patrícia Inácio Passos.
A professora comentou também que a promoção da consciência ambiental, iniciada por 60 estudantes do projeto, agora atinge os demais 488 alunos da escola. “Nosso objetivo para 2025 é engajar 100% das turmas do ensino médio, além de estender o projeto às salas anexas que ficam fora do perímetro urbano”, completou.
Para iniciar a recuperação ambiental das fontes de água, o projeto baseou-se nas orientações da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e no apoio da gestão escolar, da coordenação pedagógica e dos demais professores.
“Me sinto em uma experiência diferente vendo na prática que estamos ajudando a natureza a se recuperar. Estamos deixando um impacto positivo e um bom exemplo. Demonstramos que pequenas atitudes, como a de plantar uma muda de árvore, podem ajudar o meio ambiente a se equilibrar”, disse a estudante Rafaela Rubi Moreira Marcon, de 17 anos.
Já a aluna Lorena Colnaghi Bazani, de 18 anos, avaliou que o projeto a fez “entender melhor como a preservação das nascentes afeta tudo ao nosso redor”.
“Participar do projeto foi uma experiência transformadora. Senti-me privilegiada em fazer parte de uma iniciativa tão importante para o futuro da nossa cidade e do planeta. Plantar cada árvore foi um ato de esperança e um compromisso com a sustentabilidade”, comentou também a estudante Rafaela Rubi Moreira Marcon, de 18 anos.
De acordo com o diretor da escola, professor Valdinei de Oliveira Prado, as iniciativas têm sua importância por promover o protagonismo juvenil na resolução de problemas do meio ambiente, principalmente no contexto da degradação ambiental de nascentes.
“Estamos realizando uma aprendizagem diferenciada que vai estimular as potencialidades dos nossos jovens e crianças, além de contribuir no contexto socioambiental em que vivem”, concluiu.