O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê temperaturas que variam de 40°C a 43°C nos próximos dias em Mato Grosso. Para amenizar o impacto do calor extremo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) publicou um alerta com orientações à população.
O Alerta Epidemiológico N°005/2023, disponível AQUI, traz cuidados voltados para o ambiente escolar, trabalhos externos e saúde animal. O documento foi realizado com base nos dados do Inmet, que prevê uma onda de calor até o dia 17 de novembro, com grau de severidade denominado “grande perigo”.
De acordo com o Instituto, o fenômeno acometerá vários estados do Brasil, inclusive Mato Grosso, onde a temperatura poderá ficar até 5°C acima da média.
Para minimizar o impacto desse fenômeno na população mato-grossense, o alerta da SES lista diversas atitudes para uma vida com mais qualidade em períodos de alta temperatura.
Entre as medidas necessárias, estão as seguintes: beber bastante água, mesmo sem sentir sede; procurar abrigos com ar-condicionado ou locais mais frescos durante as horas mais quentes do dia; evitar atividades físicas durante o período de calor; usar protetor solar e roupas leves e ter resfriadores evaporativos e/ou cortinas para manter a temperatura interna mais amena.
A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES, Marlene da Costa Barros, explicou que esses e outros cuidados são imprescindíveis para este período, visto que as ondas de calor representam sérios riscos à saúde humana e podem causar hipertermia, desidratação, problemas respiratórios e agravamento de condições médicas pré-existentes.
“Durante o calor extremo, as pessoas podem ter convulsões, confusão mental, fraqueza, tontura, náusea, insolação, falta de ar, entre outros problemas. Por isso é importante ficarmos em alerta aos cuidados necessários para amenizar o impacto do calor sobre nossa saúde”, disse Marlene.
Outras recomendações
O alerta da SES recomenda que as empresas cujos colaboradores realizam trabalhos externos façam treinamento sobre reconhecimento de sintomas de superaquecimento e medidas preventivas; garantam fácil acesso à água potável e incentivem a hidratação frequente; programem trabalhos ao ar livre para as horas mais frescas do dia e implementem pausas regulares na sombra; realizem verificações regulares da temperatura corporal dos trabalhadores expostos ao calor; promovam exames médicos periódicos e desenvolvam um plano de ação em caso de emergência devido ao calor, incluindo os protocolos de primeiros socorros.
Já as escolas devem oferecer aos alunos alimentos mais leves na merenda escolar, dentro dos cardápios aprovados e já estabelecidos; suspender as aulas que requeiram esforço físico, principalmente atividades ao ar livre no período compreendido entre 10h às 17h; estimular a hidratação dos alunos com a ingestão de líquidos, orientando que eles levem para a escola garrafa de água e umedeçam as narinas e o rosto.
O documento também orienta que os servidores da unidade escolar estejam atentos à identificação de crianças abatidas e, em casos de desmaios, tonturas, cãibras e mal-estar, que sejam encaminhadas ao centro de saúde mais próximo.
Também é necessário redobrar a atenção com os animais neste período. Quando o calor é extremo, os animais podem sofrer o Golpe de Calor, que é uma reação que ocorre quando a temperatura corporal sobe bruscamente e o organismo é incapaz de compensá-la, resultando na disfunção de diversos órgãos, o que pode levar à morte do animal.
Para evitar essa reação, a SES recomenda evitar horários de calor excessivo para passeios e exercícios, dando preferência para o início da manhã, fim de tarde e a noite. Passeios em parques e área pets são mais aconselháveis do que uma caminhada pela rua, pois a grama e terra são mais confortáveis termicamente.
Ainda recomenda-se a proteção das patas, pois queimaduras na região afetam a locomoção, além de manter sempre à disposição água fresca em abundância e usar de protetor solar para pets com pele mais clara.
Risco aos idosos
A médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Simone Valéria Pinheiro de Figueiredo, alerta que os idosos estão mais suscetíveis, visto que qualquer problema de saúde enfrentado por eles pode ser maximizado em razão da idade.
“Os idosos devem fazer refeições leves, beber muita água, sucos, água de coco, hidratar a pele para evitar o ressecamento e flacidez e usar roupas leves. A partir dos 60 anos o risco é eminente, então precisamos ficar atentos a qualquer sinal de desidratação, tonturas, quedas, agitação, entre outros sinais diferentes do habitual”, alerta a médica.
Simone pontuou outras atitudes diárias que podem ser feitas em casa para redução da temperatura interna. “Podemos colocar uma garrafa plástica com água congelada em frente ao ventilador, toalhas molhadas no quarto na hora de dormir, desligar todos os aparelhos da tomada, apagar as lâmpadas quentes da casa, tomar banho frio antes de dormir e dormir no colchão no chão costuma ser mais frio também”, destacou Simone.
Dados do Samu mostram que, entre os dias 15 a 20 de outubro deste ano, foram realizadas 39 constatações de óbito entre pessoas com idade acima de 60 anos na baixada cuiabana. Em 2022, neste mesmo período, o atendimento para esta ocorrência foi de 13 óbitos. Contudo, é importante destacar que não é possível afirmar que a alta temperatura é a causa do aumento desses óbitos.
“Percebemos um aumento de 200% do atendimento neste ano de 2023 e isso pode estar associado ao calor, porque os idosos são os que mais sofrem com as altas temperaturas. A condição médica pré-existente deles se agrava podendo levar ao óbito”, concluiu Simone.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.