Mais três projetos realizados por meio do Edital Viver Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), serão lançados até o fim de abril. Em Rondonópolis, os moradores poderão assistir à ‘Cidade de Pedra: a menina que queria sentir’, neste fim de semana. Pelo Brasil, a banda Calorosa ganha novos públicos com shows em diferentes Estados. Em Cuiabá, terá apresentação da peça ‘Curriculum Vital’.
O espetáculo ‘Cidade de Pedra: a menina que queria sentir’ será apresentado neste fim de semana pelo Grupo Terpis, às 14h, na Universidade Federal de Rondonópolis. A entrada é gratuita.
A peça conta a história de uma criança em um processo de autoconfiança, que recebe apoio de espíritos da natureza quando descobre sentimentos de medo, raiva e alegria. A proposta é explorar a ancestralidade territorial, resgatar valores simbólicos da geografia e história de Rondonópolis, conhecida como Cidade de Pedra por abrigar um complexo rochoso de sítios rupestres.
O espetáculo foi pensado como uma apresentação audiovisual, que mescla cinema, dança contemporânea e teatro. “A ideia é mostrar uma trajetória de busca, que põe em evidência a celebração de descobertas de sentimentos que fazem parte da vida. É uma peça para falar do reencontro, da simbiose entre o eu e a ancestralidade”, explica Laura Moraes, idealizadora do espetáculo.
A banda mato-grossense Calorosa alcança novos públicos e segue viagem para novos territórios com lançamento da turnê nacional, que inicia neste mês, após selecionar projeto de circulação no Edital Viver Cultura.
O grupo parte para Brasília (26.04), Goiânia (27.04), Campo Grande (28.04) e São Paulo (30.04), levando um show dançante que mescla ritmos contemporâneos e cultura popular mato-grossense.
“A gente tem construído uma identidade em sintonia com o contexto social e político no qual estamos inseridos, mas de olho no global. Então, aliamos manifestações populares tradicionais de Mato Grosso, como o cururu, siriri, rasqueado e lambadão, com o reggae, rock e eletrônico. Essa ressignificação dialoga tanto com a identidade tropical brasileira, quanto com a produção do pop atual. É assim que surge o pop tropical pantamazônico”, descreve Karola Nunes, integrante do grupo.
A banda acredita também que a arte pode ser aliada da defesa de direitos sociais, e um dos destaques do repertório da banda, o ‘Manifesto calorista’ celebra a ancestralidade negra, indígena e ribeirinha. A música também inspira o nome da turnê: ‘O mato cresce num instante e engole o muro’.
A peça ‘Curriculum Vital’ traz uma reflexão sobre a precarização do mercado de trabalho, e as consequências que o sistema produtivo provoca na vida dos trabalhadores. Com estreia no dia 30 de abril, na Casa Cuiabana, ela terá apresentações também nos dias 01, 03 e 04 de maio.
A entrada é gratuita, e os ingressos já estão praticamente esgotados. Tanto que a produção abriu sessão extra para atender à procura do público. O ingresso poderá ser retirado na internet, pelo Sympla, a partir desta segunda-feira (22.04).
“A intenção é a de gerar discussões sobre a precarização do mercado de trabalho e, sobretudo, refletir sobre quem nos tornamos e o que deixamos no decorrer do caminho”, explica Geovana Rodrigues, que assina direção e dramaturgia do projeto. Ela atua ao lado de Lucas Visan, que também é idealizador da peça selecionada no Edital Viver Cultura.
Serviço
Espetáculo: Cidade de Pedra: a menina que queria sentir Data e horário: Sábado (20.04), às 14h Local: Núcleo de Estudos e Atividades da Terceira Idade da Universidade Federal de Rondonópolis Ingresso: Entrada é gratuita
Turnê nacional Banda Calorosa 26/04 – Show Calorosa e Corujones – Brasília, 21h 27/04 – Shows Calorosa e Mundhumano – Goiânia, 21h 28/04 – Shows Calorosa e Dovalle – Campo Grande, 19h 30/04 – Noite Cuiabana com Calorosa e Paulo Monarco + Dj Dieguito Reis – São Paulo, 21h Mais informações: @bandacalorosa
Espetáculo: Curriculum Vital Datas: 30/04, 01/05, 03/05 e 04/05 Horários: 19h30 e 21h Local: Casa Cuiabana Ingressos gratuitos: LINK AQUI Mais informações: Instagram @curriculovital
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.