A falta de chuvas no Brasil central, abrangendo desde o Paraná até a metade do Matopiba e Pará, vem comprometendo o potencial produtivo das lavouras de segunda safra. A combinação da seca extrema com o calor intenso configura um cenário preocupante para a produção de milho no Centro-Oeste, Paraná e Mato Grosso do Sul.
No acumulado dos últimos dez dias, as chuvas na zona do milho de segunda safra alcançaram, no máximo, 3 milímetros na maior parte da região formada pelos estados do Centro-Oeste e Paraná. Esse volume está mais de 80% abaixo da média para o período. O pior é que, segundo as previsões, o tempo firme entre Centro-Oeste, Sudeste e o Matopiba.
No Sul do país, especialmente sobre o Rio Grande do Sul, o excesso de chuvas tem sido prejudicial para algumas lavouras de soja e arroz que estavam prestes a serem colhidas. Mesmo com o tempo firme previsto para a próxima semana, ainda não será possível avançar nas operações de campo devido ao excesso de umidade no solo.
No Norte, as pancadas de chuva devem continuar, principalmente no norte do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Nessas regiões, o volume acumulado também será expressivo. Segundo especialistas, os valores do Índice de Vegetação (NDVI) estão similares aos de 2020, quando a produtividade ficou 4% abaixo da tendência, e 2018, com queda de 15%. Se o NDVI continuar a se deteriorar, a segunda safra pode sofrer uma quebra de produção superior a 15%.
No Mato Grosso do Sul, a seca e o calor têm sido predominantes nos últimos 15 dias. Os valores do índice de vegetação estão hoje em patamar similar a 2020, quando a produtividade ficou 4% abaixo da tendência e 2018 (com produtividade 15% abaixo da tendência).
No Oeste da Bahia, maior região produtora de soja do Matopiba, a colheita da oleaginosa para a Safra 2023/24 está quase finalizada, chegando a 99%, próximo a um montante final de 1,980 milhão de hectares, uma produção estimada em 7,484 milhões de toneladas.
Fonte: Pensar Agro