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Saúde indígena e IA são temas da Reunião Magna da academia de ciências

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A Academia Brasileira de Ciências (ABC) realiza, a partir de amanhã (9), a Reunião Magna 2023, com o objetivo de discutir a importância e a contribuição da ciência para a sustentabilidade, do ponto de vista ambiental e social.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, a presidente da ABC, Helena Nader, contou que o tema sustentabilidade será discutido sob diversos prismas como o ambiental, o social, o cultural, de segurança alimentar e também educacional.

Segundo ela, dentre os assuntos a serem abordados na Reunião Magna, esta a participação e contribuição dos povos originários para a ciência. Na pauta, a contaminação dos rios por mercúrio, a luta do movimento indígena pelo direito à vida e os rumos da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. A pesquisadora indígena Samara Pataxó, assessora-chefe do Núcleo de Inclusão e Diversidade do Tribunal Superior Eleitoral participa do evento.

“Nós temos que ouvir os povos originários e já tem gente com muita formação e estudo para contribuir. Além disso, essas pessoas trazem dados que quem não vive a raça não sabe”, disse Helena.

A presidente da academia lembrou que 2023 é o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O evento vai até quinta-feira (11), no Museu do Amanhã, na região portuária do Rio de Janeiro. Interessados devem se inscrever pela internet. A programação completa do evento pode ser acessada aqui.

Inteligência artificial

As novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA) também serão objeto de discussão da Reunião Magna. Segundo Helena, a tecnologia pode contribuir, por exemplo, no diagnóstico de imagem para a medicina, sem substituir os profissionais: “isso não quer dizer que o médico vai ser substituído por um programa. Vai ter sempre a relação do diálogo, da conversa”.

Helena cita ainda outra aplicação da IA na saúde ao analisas dados de prevalência de moléstias relacionadas à questão genética.

“[O povo brasileiro] tem uma genética que é muito diferente da do americano do norte, do europeu. Os dados de prevalência de algumas moléstias podem trazer informações extremamente revelantes para o cuidado [dessas doenças]. E para isso precisa da IA. Eu vejo a IA como uma parceira. Mas é um parceiro que você tem que conhecer e saber controlar”.

Segundo Helena, apesar de o Brasil ter bons pesquisadores estudando a inteligência artificial ainda falta investimento na área: “precisaríamos estar fazendo isso [investindo] com muito maior presença, porque o mundo está caminhando para isso”.

Outros temas

Pandemias, novas vacinas, insegurança alimentar, transição energética e educação científica também serão tema de debate pelos membros da Academia Brasileira de Ciência durante a Reunião Magna. Cinco cientistas e pensadores de renome internacional participarão das discussões.

Um dos principais conferencistas estrangeiros é o geólogo Colin Waters, da Universidade de Leicester, na Inglaterra. Waters coordena um grupo de trabalho internacional que propõe a definição de uma nova era geológica, iniciada nos anos 1950: o Antropoceno – era dos humanos –, que sucederia o Holocentro, iniciado há quase 12 mil anos.

A engenheira química e biológica Kristi Anseth, da Universidade do Colorado, faz pesquisa de ponta com biomateriais e vai explicar de que maneira essa tecnologia pode barrar os efeitos debilitantes do envelhecimento e promover a regeneração de tecidos do corpo humano.

No campo da filosofia, Michela Massimi, da Universidade de Edimburgo, tratará do direito à ciência. A filósofa defende uma abordagem do conhecimento científico que seja multicultural.

Ernesto Fernandez Polcuch, diretor de Ciência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para América Latina e Caribe, abordará como a ciência pode ser usada para alcançar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Por fim, Jorge Larrosa, filósofo da Universidade de Barcelona, vai abordar a educação científica e a iniciação à pesquisa a partir das condições antropológicas, éticas, políticas e existenciais plurais em todo o mundo.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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