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Saúde e nutrição com Clayton Camargos: tudo sobre a vitamina “P”
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5 meses atrásem
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oestenewsQuase todo mundo tem uma resposta para a pergunta; “qual é a sua comida favorita?” É fácil perceber porquê: os humanos estão programados para obter prazer com a comida. Na verdade, para muitos, comer está entre os maiores prazeres da vida .
Além de tornar a hora das refeições uma experiência agradável, sentir prazer com a comida também traz benefícios significativos para a saúde. Saborear os alimentos auxilia na digestão, pode ajudar a melhorar seu relacionamento com os alimentos, apoiar na superação de distúrbios alimentares e muito mais.
Em alguns casos, obter a vitamina “P”, ou a vitamina do prazer, ou talvez a vitamina “hmmmm”, é tão importante quanto o conteúdo do seu prato. Durante anos, os pesquisadores estudaram a ciência por trás da alimentação por prazer. As descobertas são intrigantes e amplamente encorajadoras.
Fisiologicamente, o prazer que as pessoas obtêm com a comida ocorre tanto na boca quanto no cérebro.
Qualquer tipo de prazer, incluindo o da comida, leva à liberação de dopamina no cérebro. Esse neurotransmissor é frequentemente chamado de “hormônio do bem-estar” porque ativa as vias de recompensa no cérebro, o que ajuda a promover felicidade, calma, motivação e concentração.
Na verdade, algumas pesquisa mais antiga, de 2011, indicam que pessoas portadoras de obesidade podem ter desregulado a sensibilidade à dopamina, levando-as a comer demais para obter prazer adequado com a comida.
Clique aqui para acessar o estudo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3124340/
No entanto, quando a química do cérebro está funcionando corretamente, o prazer que sentimos pela comida pode levar a benefícios físicos.
Quando apreciamos a comida que comemos e estimulamos a dopamina, na verdade a digerimos e metabolizamos de forma mais eficaz. Quando estamos relaxados em resposta a uma experiência alimentar prazerosa, nosso sistema nervoso central entra em modo de descanso e digestão, o que nos permite decompor e utilizar totalmente os nutrientes dos alimentos que comemos. Comer por prazer também pode promover uma alimentação mais saudável.
Uma grande revisão sistemática de 2020 examinou 119 estudos sobre a conexão entre o prazer alimentar e uma dieta saudável. 57% dos estudos encontraram associações favoráveis entre o prazer alimentar e os resultados dietéticos.
Clique aqui para acessar o estudo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7751982/
Uma investigação de 2015, por exemplo, associou maior prazer alimentar a melhor estado nutricional. Outro estudos enfatizaram a importância de desfrutar de alimentos saudáveis para promover uma dieta nutritiva e equilibrada.
Clique aqui para acessar o estudo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26337662/
Existe a crença de que alimentos saudáveis devem ser insossos ou não terão um gosto saboroso, mas isso simplesmente não é verdade. Quando comemos alimentos que gostamos, a satisfação aumenta, o que pode realmente melhorar a qualidade da dieta e reduzir a chance de comer demais ou mesmo episódios de compulsão alimentar.
A hora das refeições seria muito chata se a comida fosse apenas combustível. A alimentação lança uma ampla rede em toda a experiência humana, desde aproximar-nos dos entes queridos até conectar-nos à nossa herança cultural.
Em suma, a comida é um alimento emocional e também físico. O que é uma festa ou reunião familiar sem algo para comer?
De acordo com uma pesquisa de 2015, nas comunidades sociais tailandesas, à medida que as pessoas desfrutam das refeições com outras pessoas, isso muitas vezes contribui para uma maior sensação de felicidade.
Clique aqui para acessar o estudo: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4802060/
Canja de galinha quente quando você está doente, uma macarronada que lembra sua avó ou a sobremesa favorita que acende o brilho dos olhos: alimentos como esses têm um jeito de levantar nosso ânimo e acalmar nosso corpo.
Às vezes, a comida até oferece conforto no final de um dia desafiador, o que muitas pessoas associam como uma alimentação emocional negativa. Mas, quando nos permitimos nos conectar com a comida e aproveitá-la, há muitos benefícios. A cultura dietética tem múltiplas definições, mas uma marca registrada dessa mensagem em nível social é que você deve dizer não aos alimentos que adora, especialmente se eles forem ricos em calorias ou gordura.
Optar por desfrutar conscientemente o que você come ajuda a quebrar essa mentalidade prejudicial. Quando todos os alimentos são permitidos sem regras – incluindo os mais deliciosos, o corpo aprende a confiar que obterá o que necessita. Criar autorização para esses alimentos que foram rotulados como “ruins” ou “proibidos” é um passo importante no processo de cura e pode ajudar alguém a sentir mais paz, confiança e liberdade em relação aos alimentos.
Por décadas, pesquisas demonstraram que um sentimento de pertencimento é vital para a saúde mental. Que lugar mais bonito para experimentar o pertencimento do que dentro da sua família ou herança cultural? É aqui que o prazer alimentar pode desempenhar um papel importante.
Clique aqui para acessar o estudo: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1622293/
A cultura e a tradição servem como uma forma de conexão com os outros e com nós mesmos. Restringir ou negar alimentos que promovam a conexão pode levar ao desligamento e à solidão. Ao omitir os alimentos culturais, dizemos não só que a comida é “má”, mas que a identidade subjacente associada à comida também é “má”.
Adotar esses alimentos pode, em última análise, criar uma sensação de liberdade e pertencimento que eleva sua saúde mental.
Você provavelmente já ouviu falar que comer emocionalmente não é o ideal. Recorrer à comida para lidar com emoções difíceis como estresse, raiva ou tristeza geralmente resulta em um consumo estúpido e cria uma relação tensa com a comida. Dito isto, é compreensível desconfiar da ideia de comer por prazer.
Felizmente, comer emocionalmente e comer por prazer diferem tanto na intenção quanto nos resultados. Isto é; comer emocional é quando as pessoas usam a comida como forma de lidar com emoções positivas ou negativas.
Comer por prazer é escolher um alimento para apreciar especificamente seu sabor, textura e experiência, como quando você sai para tomar um sorvete de casquinha em um dia quente ou come uma maçã direto da árvore em um pomar de macieiras.
Outra grande distinção entre esses dois comportamentos é a conexão que você sente com a comida: muitas vezes, embora nem sempre, há uma falta de conexão ou dissociação com a comida quando as pessoas comem emocionalmente. Ao comer por prazer, geralmente há uma verdadeira conexão e prazer que você obtém com o alimento.
É claro que não existe uma linha perfeitamente traçada entre comer emocionalmente e por prazer – e às vezes os dois podem se sobrepor. Uma maneira de saber o que você está praticando: fazer questão de saborear sua comida com atenção não o deixará com sentimentos de culpa ou vergonha.
Ao preparar uma refeição ou lanche, veja se há algo que você possa fazer para torná-lo ainda 10% mais agradável. Por fim, ao terminar a refeição, pergunte:
Quanto prazer sua comida proporcionou? Quais sentimentos positivos resultaram da conexão emocional com os itens do seu prato? As notas mentais que você coleta podem ajudar a tornar as futuras escolhas alimentares ainda mais deliciosas.
Ontem (12), celebrou-se aqui no Brasil, o Dia dos Namorados. Certamente, muitos casais trocaram galáxias de amor evolvidas pelos seus pratos prediletos, e para alguns também pelos vinhos favoritos, onde comida, amor e sexo tornaram-se uma entidade única devocionada ao prazer.
Nesses meses de junho e julho, festividades típicas do regionalismo nacional com preparações culinárias fundadas no afeto e cultura de cada local do país, envolvendo danças típicas, cenografias e figurinos originais, mas tendo a comida como linha mestra de condução, legitimam o papel de destaque que o alimento tem para a identidade de uma nação e, sobretudo, para o orgulho dos seus cidadãos.
Poucas coisas na vida se comparam à alegria cotidiana de saborear a comida. Os alimentos que consumimos nutrem nosso corpo, confortam nosso espírito e agradam nossas papilas gustativas.
Você tem alguma dúvida sobre saúde, alimentação e nutrição? Envie um e-mail para [email protected] e poderei responder sua pergunta futuramente.
Nenhum conteúdo desta coluna, independentemente da data, deve ser usado como substituto de uma consulta com um profissional de saúde qualificado e devidamente registrado no seu Conselho de Categoria correspondente.
Clayton Camargos é sanitarista pós graduado pela Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP/Fiocruz. Desde 2002, ex gerente da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) do Ministério da Saúde. Subsecretário de Planejamento em Saúde (SUPLAN) da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Consultor técnico para Coordenação-Geral de Fomento à Pesquisa Em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. Coordenador Nacional de Promoção da Saúde (COPROM) da Diretoria de Serviços (DISER) da Fundação de Seguridade Social. Docente das graduações de Medicina, Nutrição e Educação Física, e coordenador dos estágios supervisionados em nutrição clínica e em nutrição esportiva do Departamento de Nutrição, e diretor do curso sequencial de Vigilância Sanitária da Universidade Católica de Brasília (UCB). Atualmente é proprietário da clínica Metafísicos.
CRN-1 2970.
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Fonte: Nacional
BRASIL
PF cumpre mandado em Cuiabá sobre venda de sentença no Judiciário
Publicado
1 semana atrásem
outubro 24, 2024Por
oestenewsPor Fabio Serapião
Da folhapress Brasilia
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta (24), mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre venda de sentenças que envolve cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.
Cinco desembargadores foram afastados dos cargos. Além das buscas, também há medidas como proibição de acesso às dependências de órgão público, vedação de comunicação entre investigados e uso de tornozeleira eletrônica.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na manhã desta quinta-feira (24), em um condomínio de luxo em Cuiabá,
O alvo seria um lobista e as investigações apontam para a ligação com morte do advogado Roberto Zampieri.
A ação foi batizada de Ultima Ratio e investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.
Os mandados de busca foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.
A investigação sobre a comercialização de sentença teve apoio da Receita e é um desdobramento da operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.
Na primeira fase, a investigação tinha como foco a suposta participação de integrantes do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul em uma organização criminosa.
O nome da operação teve como origem a descoberta de que a aquisição de direitos de exploração de mineração em determinadas áreas eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do esquema.
Esse não é o único caso relacionado a venda de sentença judicial em investigação no âmbito do STJ.
Um ministro do próprio tribunal está na mira da PF sob suspeita de venda de sentença.
CASO ZAMPIERI – As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso.
O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com dez tiros em dezembro passado.
Na ocasião, ele estava dentro do carro, em frente ao seu escritório em Cuiabá.
Em seu celular, havia mensagens que levantaram suspeitas de vendas de decisões por gabinetes de quatro ministros do STJ.
As investigações iniciais apontavam como uma das motivações processos de disputas de terras que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Outro caso de venda de sentenças ainda em andamento é no Tribunal de Justiça da Bahia.
Lá, a operação Faroeste se transformou no maior caso de venda de decisões judiciais do Brasil.
Nos últimos meses, duas desembargadores baianas se tornaram rés (uma delas pela segunda vez) no âmbito da operação, juízes do sul do estado foram afastados sob suspeita de irregularidades em questão fundiária e um magistrado da região oeste disse sofrer ameaças por julgar casos relacionados a grilagem.
No início de julho passado, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu fazer uma investigação diante de nova suspeita de irregularidades no tribunal, com convocação de testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos.
Ao mesmo tempo, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou uma apuração profunda sobre o tribunal, em decorrência de “gravíssimos achados”.
Entre eles, estão problemas na vara de Salvador encarregada de analisar casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há relatos de atrasos dos juízes em audiências, ineficiência e servidores da vara com temor de represálias de magistrados.
Cuiabá é uma das cidades alvo da Operação Ultima Ratio, que investiga supostos crimes de vendas de sentença, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (24), no estado vizinho.
Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.