O ápice da dengue foi em maio com 352 confirmações; também houve 228 registros positivos em abril e 231 em junho. Já no mês passado, outubro, foram quatro casos e duas situações positivas foram registradas em novembro. No mapa das notificações, o Residencial Mário Raiter figura no topo com 73 casos confirmados de dengue; na sequência vem o bairro Bela Vista com 71 e o Rota do Sol com 68.
Já o vírus da chikungunya contaminou 2.987 pessoas; hoje outros três casos suspeitos estão sendo investigados. Ao todo, foram 3.503 notificações para a doença, todos com investigação rigorosa. Maio também foi o mês com maior número de casos positivos para chikungunya com 885 registros; em junho foram 840 e em julho 718. No mês de outubro foram nove casos e, agora em novembro, cinco. No “top 3” das notificações figura novamente o Mário Raiter com 332 registros de chikungunya; na sequencia vem o Bela Vista com 222 e o São Mateus com 139 casos positivos.
Ainda em janeiro também foi registrado um caso de zika vírus. No total houve 22 notificações; 21 foram descartadas. Não há nenhum caso de zika em investigação.
A coordenadora de Vigilância em Saúde, Taynná Vacaro, pontua que assim que foram identificados os primeiros casos de chikungunya o Município iniciou uma força tarefa. “Buscamos identificar o que era dengue, o que era Chikungunya; fortalecemos a rede municipal de saúde para atender e testar todas a situações”, diz.
“Nosso processo incluiu notificação de suspeita, testagem, acompanhamento de pacientes, reforço na aquisição de medicamentos, no trabalho realizado nos PSFs, na UPA, no Renascer e também no AME”, explica. A enfermeira detalha que o alto número de casos notificados foi resultado do trabalho coletivo. “A intenção foi mapear a realidade e levantar todos os dados em relação aos pacientes para ofertar o tratamento correto”, aponta.
Conforme Taynná, muitos pacientes que tiveram chikungunya relataram fortes dores, principalmente nas articulações. Muitos que testaram positivo em maio ainda estão em tratamento com reumatologista e fisioterapeuta. “É uma doença com fase aguda nos primeiros 15 dias e que depois evolui para um quadro crônico, persistindo as dores”, destaca.
Para atender essa demanda, medicamentos específicos precisaram ser adquiridos. “No ápice das contaminações realizamos um trabalho coletivo de busca ativa com a Atenção Básica, Vigilância Ambiental, equipe do Cievs e também com o atendimento da UPA, todos nós precisamos remodelar o que vínhamos fazendo já que nossa meta era diferenciar dengue e chikungunya e ofertar tratamento com celeridade”, diz.
Mas a luta não terminou. “O combate é diária nos 365 dias do ano”, salienta. O mapa com os principais pontos é um alerta para que a população siga cuidando de cada cantinho da casa e do quintal para evitar a proliferação do Aedes aegypti. “Precisamos evitar que o mosquito possa se reproduzir e manter os ambientes limpos é fundamental para isso, lembrando que qualquer ponto com água acumulada, por menor que seja, já pode ser um berço para que o inseto se reproduza”, reforça o secretário de Saúde e Saneamento, Luis Fábio Marchioro.
Índices elevados
Entre os pontos que levantam preocupação está o Distrito de Carávagio com índice de infestação de 12,62% para o Aedes aegypti. Já o Projeto Casulo fechou o último ciclo em 9,8%; no Verdes Campos o número ficou em 6,41%, todos índices acima da média. Independente da área – urbana ou rural – o índice aceitável pelo Ministério de Saúde é de até 1%.
Água servida
Hoje, uma das grandes preocupações é justamente a água servida., aquela oriunda de esgoto doméstico ou empresarial e a sujeira nas bocas de lobo.
“Temos muitas empresas e casas em que a água servida é descartada diretamente na rua e esse descarte de água na sarjeta é o local perfeito para a proliferação do Aedes aegypti; outro ponto é a sujeira encontrada em bocas de lobo: também há grande proliferação de mosquitos e de demais animais peçonhentos”, diz a coordenadora de Vigilância Ambiental, Claudete Damascena.
Conforme a profissional há várias denúncias de piscinas com a água escura, “esverdeada”. “Nossa equipe vai a todos esses pontos de denúncia, mas felizmente não temos coletado amostras positivas em piscinas, a água às vezes está turva sim, mas o tratamento com cloro evita a proliferação dos mosquitos”, destaca a coordenadora.
Denúncias
E para quem identificar situações com criadouros ou com suspeita, água servida descartada na rua, a recomendação é procurar a equipe técnica. Denúncias também podem ser realizadas via Ouvidoria pelo 150 ou ainda pelo aplicativo da Vigilância Sanitária via Unidade Sentinela que atende pelo número (66) 99600-1462.
Reveja algumas dicas da equipe para pôr em prática em casa e no trabalho:
✅ Retire os pratinhos nos vasos de plantas e faça furos nos vasos para vazar a água;
✅ Coloque terra ou areia até a borda nos vasos;
✅ Mantenha a caixa d’água fechada;
✅ Retire as embalagens plásticas ou celofane usados em flores e arranjos naturais e de plástico;
✅ Não deixe recipientes como copos, garrafas, embalagens ou sacos plásticos pelo quintal;
✅ Descarte o lixo somente em lugares adequados – essa dica vale para quando você estiver na rua também;
✅ Verifique a situação das calhas de sua residência;
✅ Use repelentes; cuide-se.
E para dar aquela mãozinha na limpeza do quintal, a Prefeitura oferta o serviço de coleta de resíduos sólidos – confira aqui o calendário; em que são recolhidos móveis e eletrodomésticos velhos e inservíveis; assim como restos da limpeza de jardins que incluem folhas e restos vegetais que podem servir como criadouro de insetos e animais peçonhentos, como a grama quando é cortada.