Técnicos da Vigilância Epidemiológica, Ambiental e do Centro de Informação Estratégica e Vigilância em Saúde (CIEVS) da Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmaram in loco a existência de casos de microcefalia na região Sul do estado, principalmente no município de Rondonópolis. Dos 54 casos suspeitos identificados por meio do prontuário médico, 37 já foram notificados pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica do Município e pelo Hospital Santa Casa de Misericórdia no site de Resposta de Evento de Saúde Pública (http://www.resp.saude.gov.br) do Ministério da Saúde.
Esta semana também serão notificados, no sistema, os demais casos identificados em Rondonópolis e provenientes de outros municípios como Pedra Preta (04), Alto Araguaia (01), Alto Garças (01), Jaciara (01) e São José do Povo (01). “É importante e necessário que os casos sejam registrados pelo município no ‘Resp’, que é o canal oficial do Ministério da Saúde. Nós já havíamos enviado informalmente os dados repassados pelo Escritório Regional para o Ministério, mas agora eles estão sendo oficializados”, ressaltou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Flávia Guimarães.
O gerente do Departamento da Vigilância Epidemiológica de Rondonópolis, Edgar Prates, explicou que com a busca ativa que está sendo realizada pela Santa Casa, em conjunto com o município, o número de casos suspeitos de microcefalia pode vir a aumentar nos próximos dias. “Também realizamos um trabalho de georreferenciamento para dengue, em cima do qual faremos também uma busca ativa de casos de zika e microcefalia”. Edgar afirmou ainda que a Saúde está preparada para acompanhar e realizar os exames em todos os bebês.
Durante a reunião realizada pela SES junto com a secretária de Saúde de Rondonópolis, Marildes Ferreira, a equipe do Departamento da Vigilância Epidemiológica de Rondonópolis, o Escritório Regional e a equipe da Santa Casa, os técnicos da Secretaria de Estado de Saúde esclareceram que a notificação para casos de microcefalia é compulsória, ou seja, deve ser realizada pelo estabelecimento de Saúde imediatamente ao município e este em 34 horas às esferas superiores.
Uma das definições feitas durante a reunião é que tanto a Santa Casa quanto o município deverão comunicar imediatamente o Estado em casos identificados de microcefalia, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, para que a Vigilância Epidemiológica possa fazer a notificação.
Dos 37 casos suspeitos, oito bebês já realizaram exames de ultrassonografia para identificar outras alterações congênitas. Destes, quatro tiveram coleta do licor da medula para verificar a ligação entre a microcefalia e o zika vírus. A Secretaria Municipal de Saúde uniu esforços com a Santa Casa, tanto para uma busca ativa de casos quanto para a realização de exames necessários para a confirmação da microcefalia.
Segundo a secretária Marildes Ferreira, o momento é de reunir esforços e definir estratégias. “Na quarta-feira (02) vamos nos reunir com a equipe médica e Vigilância Epidemiológica para definir estratégias para o acompanhamento dos bebês identificados com suspeita de microcefalia, para a realização exames e formação de equipe multidisciplinar com o objetivo de atacar o problema”.
A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES, Ludmila Sophia de Souza, enfatizou a necessidade de se fazer a prevenção ao mosquito que transmite simultaneamente os vírus da dengue, chikungunya e zika. “É preciso intensificar as atividades de controle vetorial tanto para os mosquitos voando quanto na forma larval, começando pela remoção e vedação dos recipientes que possam vir a ser potenciais criadouros e, em seguida, entrar com o controle químico onde houve maior registro de casos ou maior intensidade vetorial. Se faz necessário chamar a atenção para o fato de que 80% dos criadouros são residenciais ou estão no entorno. Por isso é importante que a população permita a entrada dos agentes em suas residências para realizar a orientação, o controle e prevenção contra o mosquito Aedes aegypti. Vale ressaltar que 100% da população pode estar exposta aos vírus, não apenas as gestantes”, alertou.
O CIEVS/SES já encaminhou aos municípios, por meio dos Escritórios Regionais, uma nota orientativa sobre as condutas a serem tomadas na identificação dos casos das doenças dengue, chikungunya, zika e microcefalia.
Fonte: Governo MT – MT