Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos, realizada em 2021, o método contraceptivo mais utilizado no Brasil atualmente é a pílula anticoncepcional oral. Cerca de 60% das mulheres entrevistadas utilizam desta forma para evitar a gravidez .
O preservativo, método que protege também contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), ficou em segundo lugar, com 43% das entrevistadas utilizando.
Em terceiro lugar ficou o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre (8%) e a injeção mensal (6%). A contracepção natural – tabelinha, coito interrompido e temperatura corporal – é utilizado por 6% das mulheres entrevistadas, e a laqueadura, por 4%.
Segundo a ginecologista, obstetra e mastologista, doutora Monique Muller Reis Novacek, a pílula anticoncepcional é mais utilizada por ser a mais acessível.
“A pílula anticoncepcional acaba sendo um método fácil e mais aceito pelas mulheres”, diz a doutora, que também explica sobre os riscos dos anticoncepcionais.
“A gente tem vantagens e desvantagens, a vantagem é que ela acaba bloqueando uma ovulação, ou seja, se a paciente não esquece o uso diário do medicamento e não usa uma outra medicação que interfira, ela tem uma eficácia de até 98%. Só que temos os riscos em algumas pacientes que têm sim uma chance aumentada de trombose. As pílulas anticoncepcionais podem ser aquelas combinadas orais, ou seja, eu tenho tanto o hormônio estrogênio quanto a progesterona, quando juntos eles aumentam o risco de trombose. Mas tem aquele só com a progesterona, sem o risco trombótico”, relata a ginecologista.
Quai são os métodos mais seguros?
“Depende. Depende muito do perfil da paciente, do que ela espera, se ela é uma paciente elegível a tomar uma medicação diária e se ela usa outro tipo de medicação que pode interferir nesse método. Então a gente sempre tem que estudar o perfil da paciente para discutir com ela”, explica a doutora Monique.
Sobre os métodos com maiores eficácias comprovadas, a especialista diz que “o método definitivo, que é a vasectomia e a laqueadura , e a inserção daqueles de uso hormonais” são os mais eficazes. “Os dois têm o maior índice de eficácia, mas não são para todas as pacientes que a gente pode indicá-los”.
O DIU hormonal dura até cinco anos e a sua taxa de eficácia é de 99,9%. Há também a opção de um implante de um bastonete no braço da mulher, chamado Implanon. Ele tem duração de três anos e taxa de eficácia também de 99,9%.
O DIU de cobre é um dispositivo colocado dentro do útero e pode durar até 10 anos no órgão, com eficácia de 99,5%.
A médica ainda ressalta que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz.
“O método 100% eficaz é não fazer sexo. Sempre existe aquele índice de 1% ou 2% de falha. A laqueadura e a vasectomia também não são totalmente eficazes. Existe uma falha de 0,1% na vasectomia e 0,3% na laqueadura, então uma em cada mil mulheres podem engravidar mesmo utilizando esse método”, explica a doutora.
E a pílula do dia seguinte?
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2020, foram distribuídas mais de 7 milhões de unidades da pílula do dia seguinte em todo o país. Para a utilização do medicamento, Novacek pede cuidado.
“A gente não pode até oferecer isso como o método contraceptivo porque ela tem efeitos colaterais. Uma dose de dois comprimidos é o equivalente a uma cartela inteira de um anticoncepcional de progesterona. Então a mulher em situação de emergência acaba recorrendo a ela, mas também não tem 100% de eficácia comprovada”, explica a doutora.
Os efeitos colaterais da pílula do dia seguinte, segundo a ginecologista, são:
Entrou em vigor agora a lei nº14.443, que revoga o trecho em que: “Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges ”, ou seja, não mais necessário a autorização do parceiro ou da parceira para realizar o procedimento.
Ainda, foi alterado a idade mínima para realização da cirurgia. Antes, era preciso ou dois filhos vivos, de qualquer idade, ou ter pelo menos 25 anos para o procedimento. Com a nova legislação, a laqueadura e a vasectomia podem ser feitas a partir dos 21 anos, mesmo que não tenha filhos.
Outra atualização é de que a laqueadura agora é autorizada após a cesariana, desde que a solicitação tenha sido feita no prazo necessário antes da cirurgia.
A solicitação para o procedimento deve ser registrada em documento escrito e firmado, contudo, não será aceita em casos de “alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária, ou permanente”, segundo a nova legislação.
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novembro 16, 2024 at 5:57 pm
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