A senadora Soraya Thronicke confirmou nesta segunda-feira (26) que deixou o União Brasil para se filiar ao Podemos. A mudança faz parte de uma estratégia política para que ela concorra novamente ao cargo que ocupa atualmente e consiga ser reeleita em 2026.
Soraya manteve bom relacionamento com lideranças do UB, principalmente Luciano Bivar, presidente da sigla. Não por acaso, seu marido continuará na direção da legenda no Mato Grosso do Sul, tendo enorme influência nas decisões da agremiação.
Mas Thronicke não quis seguir no União Brasil por conta da proximidade do partido com o governo Lula. A senadora vai se manter como independente e não quer ser obrigada a votar a favor dos projetos do Planalto apenas por fidelidade partidária.
O Podemos se colocou como neutro e pretende seguir neste caminho até o fim. Caso mude se posição, a tendência é que se transforme em oposição.
Por fazer parte de um estado que tem uma grande parcela de eleitores antipetista, Soraya trabalhará para não desagradar sua base, colocando-se como um nome viável para seguir no Senado na eleição de 2026.
A senadora ainda tinha a preocupação de outro nome do União Brasil se colocar à disposição para concorrer ao cargo, tirando-a do páreo. No Podemos, essa chance é vista como remota.
Esse será o terceiro partido da carreira política de Soraya. Ela iniciou sua trajetória em 2017, quando se filiou ao Novo. No ano seguinte, aceitou o convite do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) para concorrer ao cargo de senadora pelo PSL, até então uma agremiação nanica.
Em 2022, Thronicke apoiou a fusão entre o PSL e o DEM, que ganhou o nome de União Brasil. Por conta da sua proximidade com Luciano Bivar, presidente da sigla, conseguiu viabilizar seu nome para ser candidata à Presidência da República, colocando-se como opositora de Bolsonaro e também do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Soraya terminou a eleição do ano passado em quinto lugar e, apesar de ter sido convidada para fazer parte da campanha de Lula no segundo turno, optou por ser neutra, criticando os dois candidatos que chegaram ao segundo turno.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.