Investigadores russos disseram, nesta quinta-feira (28), que têm provas de que os autores do atentado a uma casa de shows de Moscou, no último dia 22, que deixou mais de 140 mortos , tinham “vínculos com os nacionalistas ucranianos” e receberam “importantes” somas de dinheiro da Ucrânia.
“O trabalho realizado com os terroristas detidos, a perícia nos dispositivos técnicos que levavam e a análise das transações financeiras permitiram obter provas de seus vínculos com os nacionalistas ucranianos”, declarou o Comitê de Investigação da Rússia, no Telegram.
O órgão, encarregado das principais investigações criminais no país, afirma que quatro agressores receberam “importantes somas de dinheiro e criptomoedas provenientes da Ucrânia, que usaram para preparar o crime”.
Os investigadores informaram ainda a prisão de um novo suspeito, a quem acusam de ter participado do financiamento do ataque. Agora, 12 pessoas já fora detidas acusadas de participação no ataque, incluindo os quatro supostos atiradores. Oito foram acusados criminalmente e colocados em prisão preventiva.
O ataque
O atentado, na última sexta-feira (22), ocorreu antes de uma apresentação do grupo de rock russo Piknik, em uma das salas da casa de shows Crocus City Hall, localizada em Krasnogorsk, no subúrbio de Moscou.
Os atiradores abriram fogo no local com armas automáticas e depois incendiaram o edifício. O atentado deixou pelo menos 143 mortos e 360 feridos, incluindo crianças, e já é considerado o mais letal em 20 anos na Rússia. É estimado que 95 pessoas seguem desaparecidas.
Segundo Vladimir Putin, o presidente russo, os quatro responsáveis pelos disparos foram detidos em Bryansk, a cerca de 390 km de carro de Moscou, quando tentavam fugir para a Ucrânia.
O chefe do serviço de segurança da Rússia (FSB), Alexander Bortnikov, assegurou que os serviços secretos ucraniano e de países ocidentais haviam “facilitado” o atentado. A Ucrânia nega categoricamente qualquer envolvimento e acusa Moscou de querer “colocar a culpa” em Kiev.
Os Estados Unidos afirmaram que alertaram a Rússia em março sobre a possibilidade de um atentado terrorista contra grandes concentrações de pessoas em Moscou.