A Rússia demonstrou interesse em tentar regressar ao Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta terça-feira (10). O país foi expulso em 2022, após invadir e iniciar uma guerra contra a Ucrânia , que perdura até os dias atuais. A possibilidade de volta é incerta, e servirá como um termômetro do apoio que possui internacionalmente.
A reunião que acontecerá nesta terça-feira reunirá novamente a Assembleia Geral da ONU para eleger 15 novos membros da organização. Os mandatos são de dois anos, sendo cumpridos entre 2024 e 2026. Os países precisam angariar 97 votos dos 193 países-membros para conseguir uma vaga.
Atualmente, 47 membros compõem o Conselho, sendo divididos por regiões. Cada um dos grupos regionais podem pré-selecionar os candidatos, que serão aprovados pela Assembleia Geral.
Este ano, entretanto, dois grupos apresentaram mais candidatos do que vagas disponíveis. No bloco da América Latina, Brasil , Cuba, República Dominicana e Peru disputam por três vagas. Já no Leste Europeu, Albânia, Bulgária e Rússia disputam duas vagas.
O nome da Rússia entre os indicados gerou um certo ceticismo entre os envolvidos, uma vez que a votação acontece dias após o ataque a mísseis contra a cidade de Hroza, na Ucrânia. O bombardeio deixou ao menos 50 mortos.
A especialista da ONU, Mariana Katzarova, disse que a repressão existente na Rússia, aumentou expressivamente desde a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022. Segundo ela, chegou a níveis “sem precedentes na história recente”. A Rússia foi expulsa, com 93 países sendo a favor da suspensão e 24 contra.
Entretanto, outros países do Conselho são acusados por não respeitarem integralmente os direitos humanos. Isso tem gerado um clima de incertezas, pois essas nações temem enfrentar um destino semelhante.
A votação é secreta, e poderá demonstrar uma visão dos países desenvolvidos sobre o olhar do Ocidente para a Ucrânia. “Penso que os diplomatas ocidentais em Nova York estão bastante preocupados com a possibilidade de a Rússia regressar furtivamente ao Conselho de Direitos Humanos”, diz Richard Gowan do International Crisis Group, à agencia AFP.
“A Rússia sempre sustentou que muitos membros da ONU simpatizam com ela de forma privada, mas em público têm medo de criar uma inimizade com as potências ocidentais”, continua Gowan.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.