Estudantes da Escola Estadual de Educação Indígena Jula Paré, na Aldeia Umutina, na zona rural de Barra do Bugres (a 200 km de Cuiabá), estão desenvolvendo novas habilidades com as aulas de robótica iniciadas nesta semana.
A unidade, que funciona em tempo integral, atende 65 estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio que, pela primeira vez, participaram das aulas do programa SIMRobótica.
De acordo com o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, as aulas irão estimular nos estudantes o pensamento criativo, entre tantas outras habilidades e competências, como o trabalho em equipe e a cooperação.
“O programa vai proporcionar conhecimento principalmente na área tecnológica. Para os estudantes é uma oportunidade para desenvolver habilidades e competências para o futuro”, frisou.
O trabalho realizado na Escola Estadual de Educação Indígena Jula Paré é pioneiro e servirá de modelo para ações semelhantes nas demais 80 unidades de educação indígena de Mato Grosso, que atendem mais de 10 mil estudantes de 43 etnias.
A diretora da escola, Eliane Boroponepa Monzilar, mestre em Desenvolvimento Sustentável para Povos Indígenas e doutora em Antropologia Social, afirma que, para a comunidade escolar, é um grande privilégio ser contemplada com o programa tecnológico.
“Nos sentimos lisonjeados em sermos a primeira escola indígena a ser contemplada neste projeto, que, para nós da comunidade, é inovador e visa o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do ensino-aprendizagem”, comentou.
Fernanda Katiane, orientadora do programa SIMRobótica, conta que os estudantes estão muito empolgados com a nova metodologia. “Ter acesso a esta tecnologia é desafiador, os alunos estão amando”, disse.
A metodologia da robótica educacional é alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e possibilita a aplicação prática de conhecimentos teóricos de diferentes matérias, por meio da interdisciplinaridade, tornando o aprendizado mais atrativo e significativo.
Para aplicar as aulas do programa, os educadores da unidade escolar foram capacitados e certificados. “A capacitação também incentiva os educadores a se tornarem agentes de transformação social dentro da comunidade onde vivem”, completou Fernanda.