O nível das águas do Rio Guaíba, em Porto Alegre (RS), ficou abaixo da cota de inundação pela primeira vez em aproximadamente um mês, mas a região ainda corre risco de enchentes nos próximos dias. As informações foram divulgadas pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O nível do Guaíba recuou para abaixo da cota de inundação, de 3,60 metros, por volta das 5h da manhã, quando atingiu 3,58 metros. A leitura mais recente, publicada às 9h15, marcava 3,53 metros e indicava que o nível das águas seguia caindo. Em 5 de maio, quando alcançou o nível mais alto do atual período de enchentes, o Guaíba chegou a 5,35 metros.
Mesmo com o recuo das águas, porém, o risco de enchentes na região metropolitana de Porto Alegre é alto, segundo o Cemaden. O órgão citou em boletim a continuidade dos processos hidrológicos de inundação “em função da propagação da onda de cheia proveniente das bacias hidrográficas dos rios Jacuí, Taquari, Caí e Sinos, localizados à montante do Lago Guaíba” . O Cemaden ressalta que as bacias estão “acima da cota de alerta” .
Em outras regiões do Rio Grande do Sul, o risco é ainda maior. O órgão destaca os municípios banhados pela Lagoa dos Patos. Em Pelotas, por exemplo, a medição mais recente na região de Laranjal apontava que, às 8h, a lagoa estava a 2,43 metros, bem acima da cota de inundação, de 1,70 metro.
“O risco hidrológico poderá se agravar devido à permanência do deflúvio elevado proveniente do Lago Guaíba, cujo nível elevado pode ser acentuado pelas condições dos ventos, e devido à possibilidade de elevação dos níveis dos rios nas bacias dos rios Camaquã, Arroio Fragata e Canal São Gonçalo, rio Piratini, Arroio Grande e Jaguarão” , disse o Cemaden.
Efeito das enchentes Ainda que o nível das águas esteja diminuindo, os números sobre impacto das enchentes no Rio Grande do Sul continuam a aumentar. Entre ontem e hoje, dados divulgados pelo governo do Estado apontaram que o número de municípios afetados subiu de 473 para 475, e a população atingida cresceu de 2,35 milhões para 2,39 milhões.
O número de mortos pelas enchentes também cresceu – de 169 para 171. Houve queda, no entanto, no total de desaparecidos (de 44 para 43) e de pessoas em abrigos (39.595 para 37.812). Os desalojados seguem em 580.111.
O Brasil viveu, neste sábado de feriado (7), o maior dia de sua história nos Jogos Paralímpicos . Com seis ouros, três pratas e sete bronzes, o país alcançou números inéditos, superando o recorde histórico de ouros em uma única edição e o maior total de medalhas conquistadas em um único dia.
As 16 conquistas colocaram o país em uma posição de destaque, tornando este o dia mais vitorioso da nação em todas as edições do evento.
No momento, o Brasil ocupa o sexto lugar no quadro de medalhas, com 23 ouros, 25 pratas e 38 bronzes. A Itália, em quinto, está apenas uma medalha de ouro à frente. No entanto, com grandes expectativas de pódio na canoagem no último dia de competições, o Brasil pode ultrapassar os italianos e garantir uma posição ainda mais alta no ranking geral.
Atletismo brilha com ouros e recordes
O atletismo brasileiro teve um dia brilhante. Rayane Soares conquistou o ouro nos 400m rasos da classe T13, destinada a atletas de baixa visão. Já à tarde, Jerusa Geber dos Santos venceu os 200m da classe T11, para atletas cegas, garantindo mais um ouro para o Brasil. O desempenho no atletismo não parou por aí: nos 200m da classe T37, Ricardo Mendonça levou a prata, enquanto Christian Gabriel conquistou o bronze. Paulo Henrique dos Reis também subiu ao pódio com um bronze no salto em distância da classe T13. Nos 400m da classe T47, Thomas ficou com a medalha de bronze, encerrando o dia dourado para o atletismo brasileiro.
Jerusa celebrou o feito histórico ao afirmar: “Essa vitória não é só minha, mas de todos que lutaram ao meu lado. Ultrapassar esse recorde é um momento inesquecível para o esporte brasileiro.”
Judô brasileiro
O judô também foi destaque com cinco medalhas. Arthur Cavalcante conquistou o ouro na categoria até 90kg J1, para atletas cegos, ao derrotar um adversário britânico na final. Willians Araújo, no peso acima de 90kg J2, e Rebeca Silva, na categoria acima de 70kg J2, também garantiram o lugar mais alto do pódio. Além disso, Erika Zoaga conquistou a prata na categoria até 70kg J1, e Marcelo Casanova levou o bronze na categoria até 90kg J2.
Willians Araújo comemorou a vitória e exaltou o trabalho em equipe: “Essa conquista é fruto de muita dedicação e do apoio da equipe. Estamos fazendo história aqui em Paris.”
Outras conquistas
No futebol de cegos, o Brasil garantiu o bronze ao vencer a Colômbia por 1 a 0, após uma amarga derrota nos pênaltis para a Argentina na semifinal. Na natação, Lidia Cruz conquistou o bronze nos 50m costas da classe S4, encerrando a participação brasileira na modalidade com chave de ouro. No halterofilismo, Mariana D’Andrea brilhou ao conquistar o ouro na categoria até 73kg, levantando 147kg e superando sua adversária uzbeque por apenas um quilo.
Na canoagem, mais duas medalhas para o Brasil: Luis Cardoso conquistou a prata na KL1, enquanto Miqueias Rodrigues garantiu o bronze na KL3, superando o adversário espanhol por apenas um centésimo de segundo.