No próximo domingo (10) começa o Ramadã, o período mais importante do ano para os seguidores do Islã. Esta data sagrada tem assumido um papel ainda mais significativo diante da escalada de conflitos entre Israel e o grupo militante palestino Hamas, na Faixa de Gaza, pois marca o prazo máximo para eventuais negociações para a libertação de reféns e um cessar-fogo. Mas afinal, o que é o Ramadã e qual a sua importância?
O que é o Ramadã?
O Ramadã, ou Ramadan, é o nono mês do calendário islâmico e representa um período sagrado para os muçulmanos em todo o mundo. Durante esse mês, os fiéis seguem uma série de práticas para cultivar a espiritualidade, a solidariedade e o estreitamento de laços com Deus – em árabe, Allah.
Este período varia anualmente de acordo com o calendário lunar islâmico e é determinado pela observação da lua nova. Em 2024, o Ramadã começa em 10 de março e termina em 9 de abril.
Qual a sua importância?
O período é o mais importante do ano para os muçulmanos pois, segundo a crença islâmica, foi durante o Ramadã que Allah (Deus) revelou o livro sagrado, o Alcorão, para o Profeta Maomé, como “um guia para a humanidade e prova de orientação e julgamento”.
Sendo assim, além de ser uma época de intensa devoção espiritual, o Ramadã é considerado uma oportunidade para os muçulmanos se aproximarem de Allah, se dedicarem à reflexão e à renovação espiritual, e demonstrarem solidariedade com os menos afortunados. Nessa época, os fiéis devem:
Fazer jejum durante o dia e orar à noite;
Fazer caridade durante a “noite de predestinação”;
Adorar e obedecer a Allah, afastando-se de maus hábitos.
Durante o Ramadã, os fiéis costumam fazer doações para instituições de caridade e alimentar aqueles que passam fome, para exercitar o senso de união e compaixão. Além disso, muitos optam por passar parte do dia em mesquitas orando e recitando o Alcorão.
Saum, o jejum para exercitar a compaixão e a oração
Como mencionado, uma das práticas do Ramadã — e a mais conhecida — é o jejum durante o dia. No Islã, a prática é chamada de Saum e, ao contrário do que os leigos pensam, ela não se limita apenas à comida. As abstenções estendem-se a tudo aquilo que pode afastar o espírito de Allah: bebida, tabaco e relações sexuais, por exemplo.
De acordo com a Organização Islâmica da América Latina e do Caribe, o jejum não se trata apenas de um momento para a oração e devoção, mas também de um exercício para a compulsão dos pecados e a obediência a Allah — afinal, se o fiel consegue jejuar, ele também consegue controlar seus desejos.
Além disso, o jejum tem um caráter solidário entre os fiéis, que o praticam para lembrar dos mais necessitados e exercitar a compaixão.
O jejum durante o Ramadã é obrigatório para todos os muçulmanos?
Não. A fé islâmica permite algumas exceções ao jejum de comida, que deve ser praticado apenas por aqueles que têm condições de saúde e financeiras. Sendo assim, crianças, pessoas doentes, idosos, mulheres grávidas, em amamentação ou menstruadas, viajantes e atletas em período de competição não são obrigados a jejuar.
Para esses casos, a orientação é realizar o jejum no restante do ano antes do próximo Ramadã. As pessoas que não têm condições de cumprir o jejum, por sua vez, devem alimentar uma pessoa necessitada por dia de Ramadã.
O que acontece no fim do Ramadã?
No fim do período sagrado, os muçulmanos celebram uma festa chamada Eid al-Fitr, conhecida como o feriado do desjejum. Esta celebração marca o sucesso dos fiéis em superar suas vontades e exercer o autocontrole durante o mês. No Eid al-Fitr, todos os muçulmanos fazem uma doação a pessoas necessitadas, chamada Zakat al-Fitr, com o objetivo de que elas também possam desfrutar da festividade.
É um momento de muita alegria, comunhão e gratidão, onde familiares e amigos se reúnem para compartilhar refeições festivas e trocar presentes.
O que os turistas devem saber sobre o Ramadã?
O Ramadã é amplamente praticado em países onde o Islã é a religião predominante, como Indonésia, Paquistão, Índia, Bangladesh, Nigéria, Egito, Irã e Turquia, entre outros. Por isso, os turistas que estiverem nessas regiões durante o período sagrado devem ter um cuidado especial para curtirem a viagem sem demonstrarem desrespeito aos religiosos.
Em primeiro lugar, é importante ter respeito pelos costumes locais, como o jejum durante o dia, por exemplo. Isso significa evitar comer, beber ou fumar em público durante as horas de jejum, especialmente em áreas onde a prática do Ramadã é mais rigorosa.
Além disso, os turistas devem ter em mente que muitos estabelecimentos comerciais e serviços públicos podem ter horários reduzidos ou limitados durante o Ramadã, devido às práticas religiosas e às mudanças nos padrões de vida diária da comunidade muçulmana.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.