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BRASIL

Quilombolas participam da 2ª edição do Fliparacatu

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“Pra eu falar hoje que eu sou uma mulher negra, quilombola, teve um preço muito alto”. Quem afirma isso é Rose Bispo, paracatuense de 47 anos que passou por uma longa jornada até entender que fazia parte de duas comunidades remanescentes de quilombos.

Ela conta que a mãe não falava sobre o assunto. Mas ela tinha perguntas e foi atrás de descobrir as respostas. Nesse processo, descobriu ser das comunidades de Porto Pontal, uma das mais antigas de Paracatu e reconhecida pela Fundação Cultural Palmares, e da comunidade dos Bagres, que migrou para a cidade há mais de 80 anos e está em processo de reconhecimento.

“Para mim, foi um momento de muita surpresa e de muita felicidade. E eu falei: agora eu vou ter que tomar conta disso. Isso é tudo meu”, lembra.

Rose é a curadora da Feira de Economia Criativa da segunda edição do Festival Literário Internacional de Paracatu. É a primeira vez que o festival conta com o espaço, onde os artesãos e empreendedores da cidade podem expor seus trabalhos e produtos. Ela lamenta que a cidade ainda não tenha alcançado todo o potencial de aceitação de sua identidade quilombola e fala do preconceito que ainda resiste.

Ela comemora, entretanto, os avanços, como a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, em 2018, do qual é presidente, e do Departamento de Igualdade Racial, da Secretaria de Cultura e Turismo.

Rose, que é capoeirista, precursora da cultura afro-brasileira, acredita que o Conselho tem feito um bom trabalho junto às cinco comunidades que já são reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares e que o desafio, agora, é fortalecer o sentimento de pertencimento desses quilombolas.

“Existe hoje uma juventude quilombola que se auto reconhece, que se fortalece. Aqui na Fli, por exemplo, tem muito jovem de cabelo black, de cabelo trançado. A gente tem inclusive um estande que é das trancistas. Então, a gente se apoderou muito disso”.

O estande que Rose cita é o da Valeria Ferreira Gomes. Aos 35 anos, Val, como é conhecida, começou a trançar cabelos aos 16, aprendendo com a tia, uma trancista tradicional do quilombo São Domingos. O ofício, mais do que um trabalho, foi aprendido no quintal de casa.

Hoje, ela tem um estúdio e diz que, o que faz, é mágico.

“É mágico, sabe, empoderar mulheres. A pessoa entra com a cabecinha baixa, triste, e ela sai com a cabeça levantada, toda feliz e olhando no espelho. Foi meu sonho, porque a minha tia fazia isso comigo quando eu era pequena e eu queria que as pessoas sentissem isso que eu sentia”.

Val comemora a participação no Fliparacatu e a ocupação de um espaço da cidade que é considerado de elite. “Trançar aqui no Largo do Rosário é muito importante também para a gente, porque é um lugar que é um bairro mais elitizado e aí com a cultura trazendo para cá, a gente quebra esses tabus, né?”.

Outro projeto que saiu do território São Domingos para ocupar o Largo do Rosário é a Fábrica de Biscoitos. Janaína Lopes de Moura, de 34 anos, conta que é a primeira vez que a fábrica, criada para geração de renda das mulheres quilombolas, sai do quilombo.

Janaína diz que não pensa em sair do quilombo e fica feliz em poder ter uma fonte de renda estando perto dos filhos. O mais novo, de apenas um ano, já se interessa pela caretagem, dança de origem africana que passa de pai para filho nas comunidades de Paracatu.

“Eu tenho um menino de 11 anos e ele não gosta. E eu ficava assim: ai meu Deus, eu não vou ter nenhum filho para dançar careta. Mas eu tive outro menino, que tem um ano e só de bater ele já tá pulando. Então, assim, é uma coisa que tá no sangue, que é só viver. Eu amo a minha comunidade”.

Comunidade que vem da ancestralidade, de longos passos e que, se depender dos quilombolas, não se perderá. Rose Bispo se coloca como uma das responsáveis por esse processo, mas acredita que essa luta não é só dela.

“Tem um monte de gente que vem atrás de mim. Eu trago aqui, através da minha voz, comunidades quilombolas, o hip hop, a capoeira, a dança afro”.

Itamar Vieira Júnior, que participa do Fliparacatu pela segunda vez, acredita ser um privilégio estar em uma cidade com tanta história, onde poderia ser ambientada a narrativa do seu livro, Torto Arado.

“Acho que [Paracatu] conta um capítulo importante da história desse país, né? Porque aqui se encontra essa diversidade. É uma cidade com uma herança da diáspora, da formação do Brasil, que ainda é muito presente, marcante, tá em todo lugar”.

*A repórter viajou a convite da programação da Fliparacatu

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Nova pesquisa mostra PP na liderança na OAB-MT; Gisela despenca e Xênia cresce

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Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.

Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.

Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.

Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.

O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.

O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.

 

Fonte: OAB MT

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