Após Lula se preocupar com as falas da Venezuela sobre as eleições, o líder venezuelano, Nicolás Maduro , declarou: “Que tome um chá de camomila”, na terça-feira (23). O petista não gostou da declaração de que haveria “banho de sangue” se a oposição vencesse o pleito de domingo (28).
“Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”, disse Maduro, sem mencionar Lula. “Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita”, acrescentou.
No dia 17 de julho, Maduro afirmou que o país pode acabar em “banho de sangue” e “guerra civil” caso perca as eleições. Lula então reagiu à fala do presidente da Venezuela no domingo (22).
“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, declarou o presidente brasileiro.
“Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela vamos ter a maior vitória eleitoral da história”, disse Maduro aos venezuelanos. Ele aspira um terceiro mandato no próximo domingo.
O principal rival de Maduro nas próximas eleições será Edmundo González, um ex-diplomata escolhido pela coalizão de oposição, após uma série de difíceis negociações.
Críticas ao sistema eleitoral brasileiro
Na terça-feira (23), Maduro ainda questionou a integridade do processo eleitoral brasileiro, afirmando que o Brasil “não tem auditoria a um único boletim de urna”.
“Nós vamos ganhar de novo. E na Venezuela vai haver democracia, liberdade e paz. Nós temos o melhor sistema eleitoral do mundo. Temos 16 auditorias. E se faz uma auditoria ‘profunda’, como vocês sabem, em 54% das urnas. Em que outra parte do mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? Não há auditoria no sistema eleitoral. No Brasil, não auditam nenhum boletim de urna. Na Colômbia, não auditam nem uma urna sequer. Na Venezuela, auditamos com profundidade”, disse Maduro durante discurso.
Na noite de ontem, o Itamaraty informou que não vai comentar a provocação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante as eleições venezuelanas, que acontecem neste domingo (28), o Brasil irá enviar dois observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, para acompanhar o processo eleitoral.