A informação foi dada pelos noticiários iranianos, que classificam o ataque como terrorista , embora até o momento nenhum grupo tenha reivindicado a autoria.
Qassem Soleimani
Nascido em 1957, em Qanat-e Malek, no Sudeste do Irã, Soleimani se mudou para Kerman ainda pequeno. Trabalhou durante parte adolescência na construção civil, entrando para a recém-criada Guarda Revolucionária após a Revolução Iraniana. Comandou a 41ª Divisão durante a Guerra Irã-Iraque (1980-1988), onde participou das operações de destaque do conflito, com o intuito de defender a fronteira orinetal do país.
Conhecido como “comandante-sombra” do país persa, Soleimani foi um dos homens mais poderosos do Irã. Foi chefe da Força al-Quds da Guarda Revolucionária entre 1998 e 2020. A divisão é uma unidade de elite do Exército ideológico da República Islâmica, responsável por cuidar das operações do país no exterior. Os Estados Unidos, no entanto, classificou a organização como terrorista.
Durante a liderança de Soleimani, a Força al-Quds estabeleceu alianças, que possibilitaram que pudessem atuar em diversas regiões do Oriente Médio. O Irã iniciou o aporte financeiro para o treinamento militar dos soldados, os houthis no Iêmen. O general ficava encarregado pelas negociações com os líderes locais, indo aos campos para treinar e lutar ao lado das milícias.
Soleimani era visto como um homem carismático e evasivo, sendo alvo de mitos e memes nas redes sociais. Acabou se tornando nos últimos anos de sua vida uma figura mais popular, ganhando documentários, reportagens e até músicas pop.
Foi considerado como herói de guerra e peça chave no aparato de segurança, pois trabalhou em um aparato de segurança que impedia uma ação direta das potências estrangeiras contra o Irã. O aiatolá Ali Khamenei, líder máximo no país, o descrevia como “mártir vivo”.
No dia 3 de janeiro de 2020, aos 62 anos, Soleimani foi morto quando deixava o aeroporto de Bagdá, junto a integrantes de uma milícia armada iraquiana que era aliada do Irã. O bombardeio feito através de drones foi ordenado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A morte de Soleimani teria ocorrido após manifestantes invadirem a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, tendo confrontos com as forças norte-americanas locais. Segundo o Pentágono na época, o líder iraniano teria aprovado o ataque.
A morte do general levou a um aumento nas tensões entre Washington e Teerã. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, prometeu uma “vingança severa” contra os “criminosos” responsáveis. O governo americano foi condenado por um tribunal iraniano a pagar US$ 50 bilhões por perdas e danos causados pela morte do general, que era a peça-chave no aparato de segurança local.