Advogado e com dupla cidadania – brasileira e espanhola – Rodrigo Tacla Duran , de 49 anos, hoje vive em Madri , na Espanha , e diz trabalhar “pelas prerrogativas e garantias fundamentais da advocacia que garantem o amplo direito de defesa ao cidadão”.
Duran é acusado de lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato e trabalhou para várias empreiteiras que foram alvo da operação, como Odebrecht, UTC e Mendes Junior.
Atualmente, o advogado mantém um escritório de advocacia com sede em São Paulo com representantes em várias partes do Brasil e do mundo, segundo aponta o site de Duran.
No início desta semana, ele acusou o ex-juiz, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) e atual senador Sergio Moro (União-PR) de extorsão e o ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição. Ambos os parlamentares negam as acusações feitas por Tacla Duran.
Nas redes do advogado, grande parte das publicações são críticas a Moro, a Deltan e à Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
As acusações de Duran foram feitas durante um depoimento ao atual juiz da operação em Curitiba, Eduardo Appio.
Na última terça (28), o magistrado pediu urgência na apuração do caso pela PF e colocou Tacla Duran no programa federal de proteção a testemunhas.
Conforme a decisão de Appio, “a urgência da medida se dá em face de potencial risco de vida da testemunha a ser protegida, ante grande poderio econômico e político dos denunciados por Rodrigo Tacla Duran”.
Quem é Tacla Duran?
Em 2016, Rodrigo Tacla Duran foi alvo de mandado de prisão na 36ª fase da Operação Lava Jato, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e de pertencer a organização criminosa. Na ocasião, o então juiz Sérgio Moro,titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou a prisão de Duran.
Na época, Tacla Duran já morava em Madri e foi preso na capital espanhola. O advogado chegou a ficar três meses preso e, em fevereiro de 2017, conseguiu liberdade provisória. Logo depois, em julho daquele ano, a Justiça espanhola rejeitou pedido de extradição do cidadão para o Brasil.
Durante seus depoimentos à Lava Jato, Tacla Duran admitiu ter emprestado contas de empresas dele no exterior para movimentar recursos da Odebrecht em paraísos fiscais do Caribe.
Revogação de prisão expedida por Moro
Em fevereiro de 2023, Eduardo Appio assumiu a Vara responsável por julgar na 1ª instância casos da Lava Jato em Curitiba, capital paranaense.
Neste mês, o juiz atendeu a um pedido da defesa de Tacla Duran e revogou a ordem de prisão expedida por Moro contra o investigado. Agora, com decisão, o advogado pode retornar ao Brasil sem ser preso.
Logo depois da revogação do pedido de prisão, o Tacla Duran foi intimado a depor. Na segunda-feira (27), ele prestou um depoimento de forma remota e fez acusações contra o senador Sérgio Moro e o ddeputado federal Deltan Dallagnol.
Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.
A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.
“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.
A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.
“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.
A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.