Yulia Navalny, esposa do opositor russo Alexei Navalny, disparou sérias acusações contra o presidente Vladimir Putin em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (19). Ela declarou que Putin ordenou o assassinato de seu marido porque “não poderia pará-lo”, dando continuidade às suspeitas de que o governo russo esteve envolvido na morte de Navalny, ocorrida na última sexta-feira (16).
O Serviço Penitenciário Federal da Rússia, onde Navalny estava detido, alegou na semana passada que ele perdeu a consciência durante uma caminhada e não conseguiu se recuperar. No entanto, a causa exata da morte não foi esclarecida, e o governo russo afirmou não ter informações a respeito.
Yulia Navalny afirmou ainda que continuará a lutar contra o governo Putin e prometeu revelar os responsáveis pelo assassinato de seu marido. “Vou intensificar minha batalha contra o Kremlin com mais vigor do que nunca. Peço que se unam a mim, compartilhando minha raiva. Raiva, indignação, ódio contra aqueles que ousaram tirar nosso futuro”, declarou.
As acusações de Yulia Navalny ecoaram internacionalmente, com os Estados Unidos, a União Europeia e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exigindo esclarecimentos da Rússia sobre as circunstâncias da morte de Navalny. Em um documentário premiado com o Oscar em 2023, o opositor russo previu sua própria morte, afirmando que se a Rússia decidisse matá-lo, seria prova da força de seus apoiadores e de seu incômodo ao presidente Putin.
Alexei Navalny, de 47 anos, era conhecido por suas denúncias de corrupção contra o governo de Putin e por sua liderança em movimentos de protesto na Rússia. Ele foi sentenciado a cumprir pena até os 74 anos, em um julgamento amplamente criticado por ativistas de direitos humanos como politicamente motivado para silenciar uma voz dissidente na política russa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.