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MATO GROSSO

Proteção e defesa da vida são destacadas em abertura de curso

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Como defensor da ordem jurídica e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, o Ministério Público tem o dever constitucional de atuar na busca pela justiça e pela proteção das vítimas. No Tribunal do Júri, enquanto se decide sobre a culpabilidade ou inocência de acusados de crimes dolosos contra a vida, essa responsabilidade fica ainda mais evidente. Ao representar a sociedade durante o julgamento, o Ministério Público busca assegurar a responsabilização dos acusados e resguardar o valor da vida, contribuindo para a garantia da paz social.

A atuação voltada para a defesa da vida e busca por justiça está no centro da capacitação promovida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso nos dias 14 e 15 de março, no auditório das Promotorias de Justiça de Cuiabá, ministrada pelo procurador de Justiça criminal Edilson Mougenot Bonfim, do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Com o tema “Formação e Aperfeiçoamento do Promotor do Júri: A atuação do Tribuno do Júri e a Compreensão Integral da Instituição para a Efetividade da Atuação na Tribuna”, o curso reúne 70 promotores e promotoras de Justiça de todo o estado. 

Na abertura do evento, realizada quinta-feira (14) à noite, o procurador-geral de Justiça em substituição, Marcelo Ferra de Carvalho falou da felicidade por realizar o curso. “Em nome do Ministério Público de Mato Grosso quero dar boas-vindas aos participantes e desejar que seja um curso muito exitoso. Tenho certeza de que irá contribuir e muito para o conhecimento de todos”, desejou. Com experiência de mais de 24 anos de atuação em plenário e mais de mil júris realizados, o corregedor-geral do MPMT, procurador de Justiça João Augusto Veras Gadelha defendeu que o Tribunal do Júri é uma das mais democráticas instituições do Poder Judiciário. “Desejo que esse curso sirva para que se sintam vivos para lutar por um Ministério Público mais forte”, acrescentou. 

Representando a Procuradoria de Justiça Especializada Criminal, o promotor de Justiça Wesley Sanchez Lacerda expressou a vontade de que a presença do professor Edilson Mougenot seja fonte eterna de inspiração aos presentes, instigando os promotores de Justiça no sacerdócio de atuar no Júri. 

O coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) – Escola Institucional do MPMT, promotor de Justiça Antonio Sergio Cordeiro Piedade, agradeceu à administração superior pela autonomia pedagógica dada à escola e defendeu a importância do conhecimento e da capacitação permanente para uma atuação mais eficiente e efetiva. “Nós defendemos a tutela da vida e a vítima pertence a nenhuma outra instituição da República senão ao Ministério Público brasileiro, e nós precisamos ter isso claro. Precisamos de colegas preparados no Tribunal do Júri porque, em um mundo no qual a criminalidade organizada faz frente ao Estado, as grandes respostas penais vêm do Tribunal do Júri”, alegou. 

O promotor de Justiça César Danilo Ribeiro de Novais, coordenador do Centro de Apoio Operacional (CAO) Júri, declarou que os promotores de Justiça do Tribunal do Júri gastam a vida defendendo a vida junto ao povo e reconheceu a grandiosidade dessa missão. Apontou que é preciso ter coragem para ocupar a Tribuna do Júri e cumprir esse “encargo sagrado de defender a vítima, a família enlutada, a sociedade desfalcada, a comunidade não raras vezes indignada e, acima de tudo, a inviolabilidade da vida humana”. Conforme o promotor, para isso é necessário preparo técnico. “É preciso que tenhamos estratégias, e nada melhor do que a realização deste curso, com o maior tribuno de todos os tempos do Tribunal do Júri brasileiro, professor doutor Edilson Mougenot Bonfim”, consignou.

Já a promotora de Justiça Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, presidente da Associação dos Promotores do Júri (Confraria do Júri), contou que na quinta-feira (14) o Brasil teve duas condenações na Corte Interamericana de Direitos Humanos por não punir homicidas e enalteceu o quanto é importante a atuação do Ministério Público no júri, desde o inquérito ao plenário. “Buscar uma persecução penal adequada, o comprometimento das instituições para resolver os crimes de homicídio, dar uma satisfação à família, resgatar a vítima do seu papel secundário no processo penal, dar uma resposta à sociedade por essa violação de direito humano que atinge a fonte de todos os direitos”, ressaltou.

O curso é uma realização do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) – Escola Institucional do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Procuradoria de Justiça Especializada Criminal, Centro de Apoio Operacional do Júri, com apoio da Confraria do Júri. Com carga horária de 14 horas-aula, a capacitação abordará aspectos teóricos e práticos do Tribunal do Júri. O conteúdo programático inclui temas como “Visão geral do júri brasileiro; Perfil dos diferentes promotores do júri; Modelos de julgamento; Patologias mentais; e Os transtornos e o procedimento do júri”. 

Homenagem – Como parte das comemorações alusivas ao Mês da Mulher, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso e a Associação Mato-Grossense do Ministério Público (AMMP) homenagearam a promotora de Justiça Marcelle Faria pela atuação no Tribunal do Júri e pela escolha da defesa da vida como principal bandeira de trabalho. 

“Além de todas as múltiplas e variadas funções exercidas, Marcelle é a única mulher que ocupa e exerce nos dias de hoje a titularidade de uma das Promotorias do Júri desta capital, além de ser a primeira e única mulher presidente da Associação Nacional do Tribunal do Júri, cargo que desempenha com excelência. Você, como mulher promotora do Júri é, sem sombra de dúvidas, uma referência, sobretudo para nós mulheres. E por sua representatividade é que fazemos esta homenagem”, declarou a promotora de Justiça Anne Karine Louzich Hugueney Wiegert, vice-presidente institucional da AMMP. 
 

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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