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MATO GROSSO

Projeto Reconstruindo Sonhos é implementado em Juara

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Assegurar a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, contribuir com a ampliação da compreensão do sentido da vida e promover a reinserção social, esses são alguns dos objetivos do projeto “Reconstruindo Sonhos” que, nesta quarta-feira (15), foi oficialmente lançado na Cadeia Pública de Juara (a 655km de Cuiabá). A ação é promovida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso e parceiros interinstitucionais. 

Nesta primeira turma, vinte homens serão beneficiados com encontros semanais que abordam temas como valores, humanização e espiritualidade, relações interpessoais, família, comunicação, trabalho, perspectiva de futuro, entre outros. Além do resgate de sua dignidade, após esse primeiro momento, o projeto segue com a oferta de curso profissionalizante de eletricista, ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT).

“O projeto é um esforço do MPMT, em conjunto com outras instituições, que visa estimular os detentos a terem ferramentas que possam ser utilizadas quando da sua futura liberdade. Nos encontros, eles terão acesso a ideias que proporcionem reflexões e, também, a um curso oferecido pelo Senai, para que, além da qualificação profissional, tenham um desenvolvimento pessoal”, destacou o promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça Cível de Juara, Rodrigo da Silva.

Para o juiz da 3ª Vara Criminal de Juara, Fábio Alves Cardoso, o objetivo maior do “Reconstruindo Sonhos” é reduzir os altos índices de reincidência. “Os índices de reincidência no município de Juara chegam a 70%, 80%. E com esse trabalho, buscamos capacitar os reeducandos, educacional e tecnicamente, para que eles olhem para o futuro e, juntos, consigamos reduzir o número de reincidências em Juara”, afirmou.

O “Reconstruindo Sonhos” conta com parceria do Poder Judiciário, Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPMT), Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Nova Chance (Funac), Instituto Ação Pela Paz, Nova Acrópole, Concep, e Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT).

O encontro de lançamento do projeto contou com a participação de diversas autoridades, representando as instituições parceiras. Entre elas, o delegado da Polícia Civil de Juara, Eric Fantin; o coordenador-adjunto do Centro de Apoio Operacional da Execução Penal, promotor de Justiça Roberto Arroio Farinazzo Junior e sua equipe; a promotora de Justiça Roberta Câmara Gomes Vieira de Sousa e o vereador Valdir Leandro Cavichiolli. 

*Com supervisão da jornalista Clênia Goreth

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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