O Teca Game, projeto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com apoio da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT), alcançou o topo na categoria Tecnologia do Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2024 e recebeu o valor de R$ 5 mil pelo 1º lugar. A Sefaz prestou assessoria técnica ao projeto, fortalecendo sua inscrição e execução.
O secretário adjunto de Projetos Estratégicos, Vinícius Simioni, celebrou o reconhecimento da iniciativa que, segundo ele, contribui e inspira a unidade a buscar, identificar e apoiar mais projetos que impulsionem soluções inovadoras e impactantes no estado.
“É com imensa alegria e orgulho que celebramos a conquista da professora Vanice, do professor Alexandre e da discente Amanda no Prêmio Nacional de Educação Fiscal 2024, promovido pela Febrafite. Essa vitória é um reconhecimento merecido à dedicação e ao compromisso em transformar a realidade da nossa sociedade por meio do fortalecimento da cidadania fiscal. O projeto premiado reflete competência, criatividade e inovação ao integrar de forma brilhante esses valores em um jogo educativo. Parabéns aos envolvidos por este exemplo de excelência e inspiração!”, declarou o adjunto.
Desenvolvido sob a coordenação da professora Dra. Vanice Canuto Cunha, do Instituto de Computação, e do professor Dr. Alexandre Magno de Melo Faria, da Faculdade de Economia, com a colaboração da aluna Amanda Kaziuk Pereira, o jogo educativo busca sensibilizar crianças e adolescentes sobre a importância da cidadania fiscal e do uso responsável dos recursos públicos.
“Nem acreditei que podíamos chegar na final, e ainda por cima ser 1º lugar com tanta gente boa concorrendo. Foi uma surpresa e tanto! Ficamos muito felizes por esse reconhecimento”, comemorou a professora Dra. Vanice.
O jogo, voltado para crianças a partir de 10 anos, foi desenvolvido na plataforma GameMaker. A protagonista, Teca (junção de Ternura e ECA, sigla do Estatuto da Criança e Adolescente), arrecada moedas em cada fase para ajudar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que atendem crianças em situação de vulnerabilidade.
“Criamos o jogo para explicar, de forma lúdica, para onde vão as doações do imposto de renda, despertando a consciência social desde cedo”, explicou a professora Vanice, também coordenadora do projeto de extensão Cuiabá Mais Solidário.
A vitória do TECA Game reforça o compromisso da UFMT e da Sefaz com a educação fiscal e a formação de cidadãos mais conscientes. O jogo está disponível online e promete inspirar outras iniciativas pelo país. Para jogar, acesse: https://gx.games/pt
Prêmio Nacional de Educação Fiscal
Promovido pela Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e parceiros, o prêmio reconhece iniciativas que promovem o aprendizado sobre a função social dos tributos e a aplicação correta dos recursos públicos. O evento destacou projetos inovadores que fomentam a cidadania fiscal, premiando iniciativas nas categorias Escolas, Instituições, Imprensa e Tecnologia. A cerimônia de 2024 foi realizada no auditório da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e reuniu os finalistas das quatro categorias, autoridades e parceiros.
A Delegacia da Polícia Civil de Sorriso deflagrou, nesta quinta-feira (12.12), a Operação Escariotes para cumprimento de 30 mandados judiciais contra alvos que integram uma organização criminosa envolvida em delitos como tráfico de drogas, extorsão, corrupção ativa, corrupção passiva e introdução ilegal de telefones em unidade prisional.
Os mandados, que incluem prisões, buscas e apreensões foram decretados pelo juízo da 5ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado, da Comarca de Sinop. As ordens judiciais são cumpridas nas cidades de Sinop, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá.
A pedido da Polícia Civil, a 5ª Vara Criminal determinou também a inclusão de três presos que estão em duas unidades prisionais da região metropolitana de Cuiabá no regime disciplinar diferenciado. O RDD torna mais rigorosa a rotina do preso e tem como objetivo impedir que membros de organizações criminosas continuem a coordenar atividades criminosas fora do sistema prisional.
A investigação que resultou na operação e coordenada pelo delegado Bruno França Ferreira teve início a partir das informações apuradas para esclarecer um homicídio ocorrido em Sorriso, em março deste ano. A equipe policial apurou que Jonathan Kelvin Santos Fernandes, de 20 anos, encontrado em trilha de mata no dia 6 de março, com ferimentos perto do coração, foi executado por três integrantes do núcleo da organização criminosa.
A partir do levantamento de informações e inúmeras diligências investigativas, a equipe da Divisão de Homicídios da Delegacia de Sorriso identificou os 18 integrantes da organização que têm suas funções criminosas hierarquicamente definidas conforme a atuação de cada um, seja no ordenamento e execução dos crimes, entre eles a entrada de celulares em unidades prisionais; e ainda nas transações financeiras do tráfico de drogas.
As investigações contaram com apoio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Caramelos Alfa
As investigações demonstraram que os criminosos se organizaram de forma permanente a fim de cometer diversos delitos, entre eles o tráfico de drogas e a entrada ilegal de telefones celulares nas unidades prisionais. E cada um exercendo uma função definida, nas prisões e nas ruas.
A gestão da organização criminosa era exercida por participantes reunidos em um grupo de aplicativo de mensagens chamado “Caramelos Alfa”.
O líder criminoso é D.O.S., com uma vasta vida dedicada ao crime organizado e, atualmente, detido em uma penitenciária estadual. Foi preso pela primeira vez em 2014 e, de lá pra cá, liderou uma fuga frustrada da penitenciária Osvaldo Florentino Leite, em Sinop, e depois foi transferido para outras duas unidades, de onde continuou a liderança dos crimes.
É dele que partiam as ordens para um dos gerentes do grupo, V.N.D.S., que atua no comércio de entorpecentes em Sorriso e também organiza a distribuição de cestas básicas de alimentos na cidade, estratégia usada pela facção para angariar simpatizantes ou coagir moradores de determinados bairros. Também com histórico criminal, o investigado fugiu da cadeia de Alta Floresta há quatro anos e foi recapturado meses depois, na cidade de Juruena. Ele foi um dos executores do homicídio de Jonathan Kelvin, traficante rival que atuou em território da facção criminosa.
Outro membro do grupo executor, V.R.V. foi identificado como o responsável da facção no esquema de contrabando de cigarros e extorsões contra comerciantes.
Celulares e tráfico
Na apuração sobre os crimes ocorridos na cidade de Sorriso, a Polícia Civil identificou também a participação de um policial penal responsável por levar aparelhos celulares e entorpecentes aos criminosos detidos em uma penitenciária na cidade de Várzea Grande e que lideram o grupo investigado.
O servidor público é alvo de investigação por tráfico de drogas, corrupção passiva, introdução ilegal de dispositivo telefônico móvel e organização criminosa e teve mandados de prisão e de busca e apreensão cumpridos nesta quinta-feira. Durante a prisão nesta manhã, antes de entrar na penitenciária onde trabalha em Várzea Grande, o servidor foi flagrado com diversos celulares camuflados dentro de uma caixa de bombons.
Informações reunidas no inquérito policial indicaram que M.d.F. foi cobrado por um dos criminosos sobre a prestação de contas referente às drogas vendidas da organização criminosa dentro da unidade prisional. Em 7 de março deste ano, ele respondeu a um dos criminosos que estava no plantão e “na atividade”, e faria ‘um corre” de três quilos de maconha e alguns telefones celulares.
As investigações demonstraram que o servidor não apenas levava telefones celulares para a unidade prisional, como também providenciava o acesso dos presos à internet do local, com a condição de que lhe fosse repassado 10% dos valores adquiridos com os crimes de estelionato, como os ‘golpes do OLX ou ‘golpes do intermediário’. A taxa paga é conhecida entre os presos como “taxa do roteador”.
A Polícia Civil apurou que, inclusive, apenas no período investigado, os celulares introduzidos ilegalmente pelo servidor foram usados para ordenar a morte de duas pessoas em Sorriso.
“Os elementos de prova demonstraram que o servidor se utiliza da sua condição de funcionário público para cometer diversos crimes em defesa dos interesses da organização criminosa investigada”, destacou o delegado Bruno França.
O cumprimento dos mandados da Operação Escariotes teve suporte da GCCO, Gaeco e Delegacia de Sinop.