A formação prática está definida em cinco momentos. Durante a prática será realizada a avaliação intradomiciliar, isso é, serão avaliados os familiares de pacientes em tratamento. Caso alguém apresente sintomas será encaminhado para tratamento; já familiares sem sintomas serão monitorados. Ainda, pacientes em tratamento ou que já finalizaram serão reavaliados. E, além disso, pacientes que tiveram alguma intercorrência durante o tratamento também passarão por nova consulta para reavaliação.

Hoje, 54 sorrisenses estão em tratamento contra a doença. E, de acordo com a equipe da saúde, a suspeita é que esse número seja maior, pois durante a pandemia baixou muito a procura por testagem e consulta em relação à hanseníase. Além disso, como o tratamento é longo, com variação de seis meses até um ano, com uso contínuo de medicação contínua, há muitos pacientes que acabam desistindo de tratar.

Quando a enfermidade é diagnostica no início são seis meses de medicamentos; quando já está mais avançada o tratamento é de até um ano. Daí a importância de procurar o serviço de saúde diante de sintomas como manchas na pele que resultam em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Em alguns casos também são relatadas fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. A coordenadora do departamento de Educação em Saúde, Sílvia Gehring, explica que “já nas primeiras horas de tratamento o paciente infectado deixa de ser um agente transmissor da hanseníase”.

Conforme Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde em 2022, entre os anos de 2016 e 2020, foram diagnosticados no país 155.359 casos novos de hanseníase; 86.225 ocorreram no sexo masculino, o que corresponde a 55,5% do total.

Sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da enfermidade são manchas na pele, resultando em lesões e perda de sensibilidade na área afetada. Em alguns casos também são relatadas fraqueza muscular e sensação de formigamento nas mãos e nos pés. Quando os casos não são tratados no início dos sinais, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes, incluindo deformidades e mutilações, redução da mobilidade dos membros e até cegueira.

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, também conhecida como bacilo de Hansen (em homenagem à Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da doença, em 1873). O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença é de aproximadamente cinco anos, segundo informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).